terça-feira, 27 de setembro de 2011

VIII InterQuinta-Jung - Debate: "UP - Altas Aventuras"


Secretaria Municipal da Cultura e
Centro de Estudos Junguiano de Marília

Convidam:
VIII InterQuinta_Jung – Debate

         Exibirá o filme: “Up – Altas Aventuras”, seguido de debate.

Sinopse: Carl Fredricksen passou a vida toda sonhando em explorar o planeta e em aproveitar a vida ao máximo. Mas aos 78 anos de idade, parece que a vida o ignorou, até que uma reviravolta do destino, e um persistente Explorador de Terras Selvagens de 8 anos, chamado Russell dá um novo sentido para sua vida. 
Informações Técnicas
Título no Brasil: Up – Altas Aventuras
País de Origem:  EUA
Ano de Lançamento: 2009
Gênero:  Animação
Recomendação: Livre
Duração: 96 Minutos



Elenco (Vozes): Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Bob Peterson, Delroy Lindo, Jerome Ranft, Elie Docter, Jeremy Leary

Data da Exibição: 29/09/2011
Horário: 20h00      
Local: Sala de Projeção Municipal, piso superior da Biblioteca Municipal. Entrada pela Av. Rio Branco.

Comentários: Sílvio Lopes Peres - Formação Acadêmica em Teologia  (Seminário Presbiteriano do Sul - Campinas/SP); Pedagogia  (UNIMAR); Mestrado - Ciências da Religião (Mackenzie); Especialização - Docência do Ensino Superior  (Universo Castelo Branco/Rio de Janeiro); Psicologia - 5º Ano (FAEF/Garça).



Entrada Franca- Vagas Limitadas

sábado, 17 de setembro de 2011

O sentimento religioso no dia 11/09


           “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. [...] O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Salmo 46).
Estas palavras foram lidas pelo presidente dos EUA Barack Obama, durante a cerimônia de homenagens aos 10 anos dos atentados de 11/09, junto ao monumento onde estavam localizadas as torres do World Trade Center. Apesar de não ter tido conotação religiosa, a manifestação demonstrou o quanto a religiosidade está associada à vida civil e republicana do povo norte americano.
Dentre tantos significados, o ritual expressa a impossibilidade de se reprimir a singularidade da experiência religiosa humana. Desta vez foi o sentimento religioso que reprimiu toda a onipotência tecnológica, científica e ideológica do mundo ocidental.
Engana-se quem pensa que se trata de uma expressão primitiva, na tentativa de fugir de uma situação inaceitável; antes, é um convite a olhar para a existência em busca de possibilidades; é buscar por uma porta que se abre; é lembrar que Aquele que parece estar permanentemente ausente, pode se fazer presente. F. Nietzsche (1844-1900) escreveu: “Os deuses gregos [...] não foram inventados certamente pelo ânimo abalado pela angústia: não foi para voltar as costas à vida que uma genial fantasia projetou suas imagens no azul” (A visão dionisíaca do mundo. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 15).
O psicanalista Gilberto Safra, numa conferência ministrada na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, em 14 de Junho de 2008, afirmou: “O que se revela na interioridade de alguém como potência de ser é extremamente singular. Acompanhar as verbalizações e associações, o modo de ser de alguém, é perceber como a pessoa  acessa sua compreensão do divino como potência de ser, de modo estritamente pessoal. Do ponto de vista do imaginário, as faces do absoluto, o divino é algo bastante singular, o que demanda que na condução clínica, se possa estar bem próximo do modo peculiar como essa pessoa compõe no seu imaginário o que para ela é potência de ser. E isso vai variar não apenas com a singularidade de alguém, mas também com o momento do processo maturacional em que a pessoa está.  Ou seja, essas concepções sofrem transformações ao longo da vida, no contato com a cultura, na interação com outras pessoas. No registro do fenômeno psíquico, imagens no imaginário presentificam a potência de ser. Quando acompanhamos  as associações de um paciente reconhecemos que no momento em que alguém, em seu percurso de vida, tem uma experiência  diante de um fenômeno  ou encontro, que é vivido como experiência de transformação, de metamorfose de si mesmo, isso é vivido pela pessoa, descrito por ela como experiência  sagrada”.

Religiosidade e outros instintos


            O que nos impede de considerar o sentimento religioso como parte integrante do processo psíquico, necessário para o nosso bem-estar?
            Estamos habituados a considerar que os fatores biológicos como a sexualidade, a fome, a dor, o sono são importantes para a saúde mental. Mas, desde que o homem pensa a respeito de si mesmo, buscamos compreender outros fatores, tidos como psicológicos, talvez por ocuparem uma dimensão mais abstrata da nossa mente, pelo menos assim as consideramos, como a paz, a felicidade, a tristeza, o bem e o mal, e outras condições necessárias para nos sentirmos bem neste mundo. O prazer de estarmos vivos depende muito da experiência que temos com estes fatores.  Mas, ainda assim, o fazemos através de um forte controle racional, lógico e consciente. Estamos tão habituados a trilhar este caminho mental, que não nos damos conta de que o fator religioso está presente e deseja se expressar.
            Podemos chamar este “hábito” de instinto de reflexão. Esta ideia é defendida por C. G. Jung (1875-1961). Para ele, “o instinto de reflexão talvez constitua a nota característica e a riqueza da psique humana” (A Natureza da Psique. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 54). O pensar a respeito de nós mesmos e acerca da realidade que nos rodeia, é tão instintual quanto à fome, a sexualidade, a atividade, a criatividade e a reflexão.
            Nenhum instinto pode dominar a consciência do ego, mas todos auxiliam na ampliação da sua consciência, contribuindo para o processo de autorregulação da alma. Para Jung: “Um instinto está sempre e inevitavelmente acoplado a algo semelhante a uma filosofia de vida. O instinto estimula o pensamento, e se um homem não pensa com seu livre-arbítrio, então ocorre o pensamento compulsivo, pois os dois pólos da psique, o fisiológico e o mental, estão indissoluvelmente ligados” (A prática da psicoterapia. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 77).
Cabe ao ego mediar a experiência com os instintos. Um ego dominado pelo instinto da fome é voraz em tudo que realiza, com o objetivo de se auto-preservar - isto explica a exploração dos recursos naturais e o enriquecimento de poucos em detrimento da grande maioria das pessoas. O domínio do instinto da sexualidade, no sentido biológico, leva o ego a perversões e o fixa num estágio do desenvolvimento muito infantilizado. Caso o instinto da atividade domine o ego, torna-o inquieto e insatisfeito. Um ego dominado pelo instinto da criatividade é prepotente. E, um ego sob o domínio do instinto de reflexão é mal humorado, cético, depressivo, frio em seus julgamentos. Segundo Jung: “Os instintos, em sua força original, podem tornar a adaptação social quase impossível” (A Natureza da Psique. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 12).
Assim, podemos compreender a forte repressão que exercemos contra o sentimento religioso. O hábito nos leva a interpretar a religiosidade como verdadeira ameaça à “riqueza” que a capacidade racional nos legou, ainda que sintamos os efeitos negativos de tal censura. Sob o encantamento desta “riqueza” depreciamos a tudo que tem outra natureza, aparentemente incoerente ao pensamento lógico.
Sem perceber, entretanto, a reflexão é uma capacidade da consciência que nos auxilia no impulso religioso e na busca de sentido da própria vida, trazendo-nos bem-estar espiritual.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Recursos Humanos e Jung - Conceitos e Aplicações

Objetivo:

Proporcionar conhecimentos básicos sobre o pensamento da Psicologia Junquiana e indicar as possibilidades de utilização da mesma no mundo corporativo.
Carga Horária Total:
16 Horas/Aulas
Duração:
Um Final de Semana (Sábado e Domingo), das 8hs às 17hs
Data:
24 e 25 de Setembro de 2011
Local do Curso:
UNISÃOPAULO
Rua Dr. Jesuíno Maciel, 1727
Campo Belo – São Paulo/SP
Próximo ao Aeroporto de Congonhas
Investimento:
R$ 450,00 (Quatrocentos e Cinqüenta Reais)

Descontos especiais para grupos e instituições:
- Grupo de 3 a 7 pessoas - 6 % de desconto
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Mais informações:
Tel: (11) 5535-8474
e-mail: contatos@unisaopaulo.com.br
Site: www.unisaopaulo.com.br


Conteúdo-Programático:
  • Vida e obra de Carl Gustav Jung
  • Principais conceitos:
  • Consciência e o Ego
  • Complexos
  • Instintos, arquétipos e inconsciente coletivo
  • Persona e sombra
  • Anima e Animus
  • O Si-Mesmo
  • Individuação
  • Sincronicidade
  • As gerações e as corporações
  • Traços das gerações - Belle Èpoque, Baby Boomer, X e Y
  • Arquétipos dominantes destas gerações
  • Desafios para reter profissionais
  • Motivação e energia psíquica
  • Tipos psicológicos
  • As três dimensões: extroversão - introversão; pensamento - sentimento e sensação - intuição
  • Inventários de Preferências utilizados no mercado
  • Tipos psicológicos aplicados no ambiente de seleção e desenvolvimento gerencial
  • Meios imagéticos e sua utilização em análise de cultura e clima organizacional
  • Liderança e mitologia
  • Carreiras e o conceito de desenvolvimento da personalidade
  • Reflexão - Conceitos Junguianos no Mundo Corporativo: possibilidades de expansão e preocupações com o uso inadequado dos conceitos e práticas
Instrutor:
Dr. Profº Luiz Gonzaga Leite – CRP 06/46774-6

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um tigre não pode se livrar de suas listras


Não é porque não confessamos uma fé religiosa que não somos religiosos, conforme afirmamos no último artigo. Não é porque desconfiamos das ideias e crenças religiosas dentro das quais a maioria de nós foi criada, que podemos nos sentir não-religiosos. Não há nada de estranho nisso, antes é um processo pelo qual muita gente já passou. Talvez seja isto que esteja levando muita gente a afirmar que não se identifica com nenhum credo religioso. Afinal, se se percebe que a prática religiosa é um faz-de-conta, não parte de uma real convicção, não é uma expressão da experiência viva, é como uma relíquia a ser conservada apesar de trazer beleza e esperança à existência; então, não pode ter outro destino mesmo, senão o abandono. Mas repito: não significa que não se é religioso. “O sal que perde o seu sabor, é lançado fora e pisado pelos homens” (Mateus 5.13).
            Realmente, a tradição cristã não desfruta do mesmo privilégio e autoridade que tinha há algum tempo atrás, porque não mais responde às necessidades psicológicas contemporâneas. Mais importante do que se tentar provar a existência de Deus, as religiões deveriam demonstrar a realidade da sua presença na experiência de cada um de nós, pois afinal é isto que faz com que as pessoas permaneçam fiéis e participantes nos mais diferentes tipos de culto; do contrário, se afastam. Porém, a religiosidade como instinto continua preservada, ativa e requerendo algum lugar manifesto na vida, assim como o tigre não pode se livrar de suas listras.
            Colocando em termos mais psicológicos: a experiência religiosa é irreprimível, assim como toda a energia psíquica que nos move na existência. Tanto a sexualidade afetiva e genital, como também o desejo de poder sobre a vida, nos levam a realizar ao máximo as nossas capacidades, mas a religiosidade não pode ser desconsiderada para este objetivo. Como considerar desprezível um sentimento que se faz tão presente, e independentemente de sua comprovação objetiva, traz alívio para as tensões da mente?
            Nem o conhecimento científico, nem o teológico, nem de qualquer outra natureza dão conta da demanda religiosa da mente humana, pois esta busca incessantemente satisfazer suas necessidades e demonstrar suas riquezas.
            É bastante comum encontrar pessoas que ficam embaraçadas quando sentem a presença da religiosidade aflorar, especialmente num mundo dominado pela mente tecnicista, que pretende entender a realidade através de técnicas até mesmo psicológicas. Sentem-se envergonhadas e ridículas. Hesitam em compartilhar estes sentimentos. É como se estivessem pensando em algo irreal, sem fundamentação lógica, racional. Como se existisse somente aquilo que se pode comprovar materialmente. Receiam de estarem loucas, e temem a opinião das outras pessoas. Assim, a religiosidade é compreendida como uma superstição da Idade Média, com todos os requintes de ignorância daquela época, sem se perceber, contudo, as psicopatologias que podemos sofrer.
            A repressão da religiosidade não explicaria alguns dos nossos distúrbios sociais e internos como depressão, abuso e dependência de substâncias químicas e agressividade?
É preciso ter coragem para se deter na questão que Freud levantou em seus dias: a religião seria a “neurose obsessiva da humanidade”. A religiosidade, não no sentido de uma instituição ou culto específico, pode ser compreendida como meio para salvar as almas dos seus adeptos, como também um recurso a mais para que as pessoas tenham uma saúde mental no sentido mais amplo do termo.