Como
você interpreta os seus “defeitos”, as suas “derrotas”, os seus “erros”, os
seus “fracassos”, o “lado” que leva você a desejar, a falar e a agir de maneira
que você não aprova, não aceita? Por exemplo: quando usa palavras inapropriadas
para a pessoa que você ama, ou, simplesmente, se mantém em silêncio entre as
pessoas mais falantes; quando você é impaciente, desatento e desafeto para com os
outros; quando não se mantém fiel e verdadeiro com os amigos; quando você não
consegue encarar as difíceis situações principalmente aquelas que envolvem você
e terceiros; quando você fica irritado por coisas que sabe que não têm a importância
que você atribui a elas; quando a autoindulgência vence a “lealdade a si mesmo”;
quando você não consegue manter as boas intenções planejadas no início do ano,
como: fazer exercícios diários, visitar as pessoas amadas mais frequentemente,
não gastar dinheiro com supérfluos antes economizar para adquirir um bem
desejado ou para fazer a viagem dos sonhos, etc.
O psicólogo
analítico Paulo S. Ruby, compreende essa situação da seguinte maneira: “Na
medida em que a vida flui e funciona de forma satisfatória, não sentimos a
necessidade de mudar. O problema surge quando a forma de ser não funciona e não
dá conta de responder às questões emergentes. [...] Nesse momento uma crise se
instala e partes de nosso ser, que antes não eram requisitadas, passam a ser
chamadas na arena da vida empurrando-nos a desenvolver outras formas de ser no
mundo para dar conta das novas situações. Aquela parte da personalidade que
ficou subdesenvolvida precisa ser utilizada para que haja uma apreensão da
realidade de forma mais adequada. Essa parte inferior pode ter as ferramentas
úteis para manejar as dificuldades que nos importunam” (Correlações entre a
função inferior e o sintoma corpóreo: um estudo sobre a função sensação
inferior introvertida. Dissertação de Mestrado na PUC/SP. São Paulo: 2013).
Essas “partes
inferiores”, por que ficaram à margem do caminho, não receberam o cuidado
necessário, foram sacrificadas pelo excesso na construção de uma personalidade
adaptada ao mundo dos costumes e da cultura coletiva, nos convocam para uma
decisão ética, se quisermos transformar-nos pelas vicissitudes a que estamos
sujeitos.
C. G. Jung,
contribui para compreendermos essa atitude: “Que
eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa, que eu perdoe aquele que me ofende e
me esforce por amar, inclusive o meu
inimigo, em nome do Cristo, tudo isto, naturalmente
não deixa de ser uma grande virtude. [...]
Mas o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais miserável de
todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus caluniadores, o meu
inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa da esmola da minha
bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar?”
É
preciso dar atenção ao inimigo, ao mendigo, ao insolente, ao menor, ao indigno,
isto é, diminuir a unilateralidade da consciência que privilegia o civilizado,
o talentoso, o fidalgo, o cordial, cordato e cortês. É preciso envolver-se e
desenvolver uma visão dialética de mundo, que não privilegia um lado em
detrimento do outro.
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto de Psicologia Analítica de Campinas (IPAC),
pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP –
International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)
O
que faço, quando eu erro?
Como
você interpreta os seus “defeitos”, as suas “derrotas”, os seus “erros”, os
seus “fracassos”, o “lado” que leva você a desejar, a falar e a agir de maneira
que você não aprova, não aceita? Por exemplo: quando usa palavras inapropriadas
para a pessoa que você ama, ou, simplesmente, se mantém em silêncio entre as
pessoas mais falantes; quando você é impaciente, desatento e desafeto para com os
outros; quando não se mantém fiel e verdadeiro com os amigos; quando você não
consegue encarar as difíceis situações principalmente aquelas que envolvem você
e terceiros; quando você fica irritado por coisas que sabe que não têm a importância
que você atribui a elas; quando a autoindulgência vence a “lealdade a si mesmo”;
quando você não consegue manter as boas intenções planejadas no início do ano,
como: fazer exercícios diários, visitar as pessoas amadas mais frequentemente,
não gastar dinheiro com supérfluos antes economizar para adquirir um bem
desejado ou para fazer a viagem dos sonhos, etc.
O psicólogo
analítico Paulo S. Ruby, compreende essa situação da seguinte maneira: “Na
medida em que a vida flui e funciona de forma satisfatória, não sentimos a
necessidade de mudar. O problema surge quando a forma de ser não funciona e não
dá conta de responder às questões emergentes. [...] Nesse momento uma crise se
instala e partes de nosso ser, que antes não eram requisitadas, passam a ser
chamadas na arena da vida empurrando-nos a desenvolver outras formas de ser no
mundo para dar conta das novas situações. Aquela parte da personalidade que
ficou subdesenvolvida precisa ser utilizada para que haja uma apreensão da
realidade de forma mais adequada. Essa parte inferior pode ter as ferramentas
úteis para manejar as dificuldades que nos importunam” (Correlações entre a
função inferior e o sintoma corpóreo: um estudo sobre a função sensação
inferior introvertida. Dissertação de Mestrado na PUC/SP. São Paulo: 2013).
Essas “partes
inferiores”, por que ficaram à margem do caminho, não receberam o cuidado
necessário, foram sacrificadas pelo excesso na construção de uma personalidade
adaptada ao mundo dos costumes e da cultura coletiva, nos convocam para uma
decisão ética, se quisermos transformar-nos pelas vicissitudes a que estamos
sujeitos.
C. G. Jung,
contribui para compreendermos essa atitude: “Que
eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa, que eu perdoe aquele que me ofende e
me esforce por amar, inclusive o meu
inimigo, em nome do Cristo, tudo isto, naturalmente
não deixa de ser uma grande virtude. [...]
Mas o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais miserável de
todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus caluniadores, o meu
inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa da esmola da minha
bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar?”
É
preciso dar atenção ao inimigo, ao mendigo, ao insolente, ao menor, ao indigno,
isto é, diminuir a unilateralidade da consciência que privilegia o civilizado,
o talentoso, o fidalgo, o cordial, cordato e cortês. É preciso envolver-se e
desenvolver uma visão dialética de mundo, que não privilegia um lado em
detrimento do outro.
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto de Psicologia Analítica de Campinas (IPAC),
pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP –
International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)