A desigualdade entre ricos e pobres
está crescendo muito rapidamente, em todas as partes do mundo.
Segundo a organização britânica Oxfam International, em 2013, sete de
cada dez pessoas viviam em países onde a desigualdade era maior que há 30 anos;
em 2014, somente 85 pessoas em todo o mundo possuíam a mesma riqueza que a
metade mais pobre do mundo; uma em cada nove pessoas não tem comida suficiente;
mais de um bilhão de seres humanos vive com menos de US$1,25 por dia (R$3,23 - conversão
feita no site do Banco Central do Brasil, em 23.01.15); e, daqui a um ano, em
2016, 1% mais rico terá mais dinheiro que os outros 99% do restante da
humanidade (oxfam.org).
Este estudo aponta que a diferença
entre pessoas ricas e pobres é a causa da corrupção na política, baixo
crescimento econômico, aumento da criminalidade e dos conflitos sociais,
prejuízos às condições de saúde, educação, transporte e moradia.
Joseph Eugene Stiglitz (1943-),
professor da Universidade de Columbia (EUA), e prêmio Nobel de Economia em
2001, ressalta: “A extrema desigualdade em termos de renda e riqueza que existe
atualmente em grande parte do mundo é prejudicial para a nossa economia e nossa
sociedade, e enfraquece a nossa política. Esta situação deveria preocupar a
todos nós, mas, o certo é que as pessoas mais pobres são as que mais sofrem:
não só suas vidas são afetadas por uma grande iniquidade, mas que também
carecem, em grande medida, de igualdade de oportunidades. O informe de Oxfam
nos lembra, num momento muito oportuno, que qualquer iniciativa que realmente
pretenda erradicar a pobreza deve fazer frente às decisões sobre políticas
públicas que geram e perpetuam a desigualdade”.
No momento que a nossa cidade e o
País discutem medidas econômicas, não há nada pior do que decidir por aquelas
que visam encarecer, ainda mais, os valores do transporte urbano, das taxas e dos
impostos.
Estes aumentos incrementam as condições das desigualdades entre pobres e
ricos, e mais: criam as condições para se estabelecer a separação entre aqueles
que podem pagar e os que não conseguem, devido às condições a que já estão
submetidos; suscitam, em alguns, o sentimento de que são superiores porque
podem pagar, e, em outros, de que são inferiores porque não podem pagar; quer
dizer, somos tocados em nosso instinto de poder, nos sentimos “mexidos” em
nossa capacidade de subordinar as coisas ao nosso querer que, muitas vezes,
senão sempre, não aceita ser contrariado principalmente quando sentimos que a
sobrevivência fica ameaçada, e quando isto acontece podemos reagir com
violência.
“O mais alto interesse da sociedade livre deveria ser a questão das
relações humanas, do ponto de vista da compreensão psicológica, uma vez que sua
conexão própria e sua força nela repousam. Onde acaba o amor, têm início o
poder, a violência e o terror”, afirmou C. G. Jung, há 58 anos (Presente e
futuro, 1999, p. 49).
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Fones: 998051090 / 981378535
– http://psijung.blogspot.com.br)


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