Os motivos apontados são: baixa
remuneração salarial, precárias condições de trabalho, superlotação das salas
de aula, situações de ameaça e violência praticadas por parte de alguns alunos.
Por estas e outras razões, a profissão é cada vez mais relegada na lista de
preferência de emprego.
É importante registrar outro fator
que contribui para esta condição a que o professor está submetido: a imagem do
professor, nem sempre positiva, que os meios de comunicação apresentam à
sociedade.
"Muitos jornalistas acreditam que o professor é um
profissional que nunca está pronto, que precisa de uma melhor formação e que,
por isso mesmo, não serve muito como fonte confiável de informação para as reportagens.
O efeito mais nefasto dessa imagem é a crença por parte dos educadores de que
eles são mesmo despreparados para lidar com os alunos, com os conteúdos e com
os contextos socioeconômicos. E, se o professor não acredita em si, despreza o
próprio trabalho e entra em classe inseguro, o ensino e a aprendizagem fatalmente
não terão um bom desempenho”, conforme afirma a jornalista Kátia Zanvettor
Ferreira, em tese de doutorado – “Quando o professor é notícia: imagens do
professor e imagens do jornalismo” – apresentada na Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo, no último mês de julho (http://www.apeoesp.
org.br/teses-e-dissertacoes/jornalista-apresenta-doutorado-na-usp-sobre-a-imagem-dos-professores-na-midia/).
Acreditar e esperar por medidas que
alterem a realidade biopsicossocial dos professores por parte das autoridades
que respondem pelo sistema educacional brasileiro, é no mínimo, ser ingênuo.
O pleno exercício de nosso direito e o cumprimento de nossos
deveres chama-nos à resiliência. Se os problemas são inevitáveis, apesar de
criarmos alguns, admitamos, podemos nos fazer fortes através de atitudes, como
por exemplo: maturidade, nos afastando do comodismo de buscar os culpados por
tudo que acontece de errado conosco; individualidade e não egoísmo individualista,
se quisermos que nos respeitem na condição de pessoas que procuram integrar à
personalidade todos os elementos necessários para uma vida de realizações;
criatividade em tomar iniciativas inovadoras, elemento inerente à profissão,
sem temer os desafios que podem nos trazer, ao contrário, investir em novas
potencialidades, bem como naquelas já conquistadas muitas vezes às duras penas,
visando garantir o futuro próprio e da profissão; espontaneidade, quer dizer,
estarmos abertos para o novo, mesmo que isto signifique sermos menos rígidos
com os alunos, com os colegas e com nós mesmos, se quisermos nos livrar da
depressão, por exemplo; e, autonomia, permanecendo de pé pelas próprias forças,
sem perder a ternura com os outros e o amor a nós mesmos.
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