O que nos leva a passar por todas as experiências é um sonho. Por ser um sonho não existe nada de racional nem lógico que o governa, como quer a ciência em tudo que faz. É o sonho da alma humana.
Até mesmo as piores e mais terríveis dificuldades que todos nós encontramos e nos levam, tantas vezes, a pensar em desistir; como também, as mais banais, mas que nos fazem sofrer.
Este sonho faz parte dos tempos imemoráveis: como os homens que se reuniam ao redor do fogo e discutiam seus problemas; como os filósofos gregos que tratavam dos temas mais profundos; como os sacerdotes e mestres de todas as religiões que meditavam acerca do drama humano; como os alquimistas que ansiavam transformar metais comuns em ouro; como os fundadores das ciências na elaboração de suas teorias sobre os temas mais diversos que o espírito de cada época evocava; como os nossos familiares mais antigos, antes mesmo da nossa existência.
Mas, a boa notícia é que continuaremos sonhando, com novos e desafiadores contornos como: a extinção de espécies e a degradação do meio ambiente; a relação sempre conflituosa entre os homens; a depressão, o tédio, a exaustão e o suicídio, comprovando que a felicidade não se trata de um mero argumento ainda que muito belo, mas algo que não se possui e não se oferece, mas que se busca até o fim da existência.
Nossas celebrações festivas não são a realização de um sonho, mas partes do sonho humano, do qual todos nós somos ativos e implicados participantes, por isso o sonho não acabou, pois queiramos ou não, sobre nós pesa dar o seu prosseguimento.
Assim como no mundo onírico sonhamos com pessoas conhecidas e desconhecidas que provocam simpatia e alegre companhia, e outros causam rejeição; com nós mesmos que, às vezes, estamos alegres ou contrariados; com lugares e objetos familiares e outros que nunca vimos aos quais somos atraídos, ou ficamos indiferentes, sempre encontraremos alguma dimensão especial para cada um de nós com o que nos acontece no período de vigília. Nossas alegres e tristes recordações são símbolos com significados íntimos, e cabe a cada um de nós buscarmos a sua compreensão para que o sentido do sonho alcance um lugar em nossa vida e na daqueles que estão ao nosso redor.
Não somos como barcos isolados navegando neste infindável e eterno oceano chamado vida, mas ocupamos o mesmo e único barco chamado sonho e, se quisermos completar a viagem, que de turística não tem nada, temos de enfrentar sozinhos, tal como os marinheiros todas as situações boas e ruins que nos vierem: amigos verdadeiros e falsos, circunstâncias agradáveis e outras amargas, pessoas que acreditam em certezas e outras que acendem suas lâmpadas em pleno meio-dia em busca de respostas para suas incertezas, como também, anjos, demônios e deuses.
O sonho ainda continua, não acaba só porque temos vontade de desistir diante das terríveis experiências como a das chuvas que castigam os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, a seca que causa tantos prejuízos ao povo do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ou a fome e a miséria de milhões de pessoas espalhadas na Terra. Se quisermos podemos encontrar o significado destes pesadelos.
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