segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Pai, cadê você?

A figura do pai fascina a todos. Mais do que a simples dependência e proximidade física ajudam o crescimento dos filhos, a aproximação se dá por outros motivos. Um deles é o amor.
            O amor dos pais é o afeto que os atrai aos filhos. Uma atração que se dá pelo desejo. Sem desejo há repulsa, rejeição. Obstáculo muito difícil de ser ultrapassado.
            Mais do que pela relação sanguínea, biológica, a atração se dá por vias psicológicas. Isto é, o pai exerce força psicológica na vida do/a filho/a, porque ele se expressa de forma declarada. O pai se manifesta pai, revela-se pai. É o relacionamento com o filho que o pai se mostra pai.
Mas, qual o motivo de desejar o filho?
            Para o crescimento.
            Os filhos precisam “usar” os pais para crescerem!
            Mais do que um estereótipo de pai, é bom que se preocupe em mostrar-se pai em todos os sentidos da palavra, pois é isto que influencia psicologicamente aos filhos. Demonstrar que é “homem” é uma coisa; revelar-se acessível aos filhos para que se reconheçam e valorizem-se como indivíduos independentes que são.
            O desenvolvimento, ou crescimento do filho vai além da questão cronológica e/ou fisiológica. O pai, ou aquele que o substituir, é aquele que se apresenta como o “outro” diferente daquele que o filho conhece, a mãe. Neste sentido, o pai precisa se mostrar, revelar-se, e preocupar-se em como o fazer.
            Pai, cadê você?
            Pode ser a dúvida que permeia a existência de muitos filhos, porque os pais se têm mostrado mais como obstáculo a alcançar o alvo, do que o facilitador para o seu crescimento como indivíduo que existe para o mundo.
            Não basta a presença física junto aos filhos, a ausência pode ser sentida através de cassar o direito de ser e existir como indivíduo distinto do pai. Há pais que consegue de modo educado e respeitável criticar a qualquer manifestação de independência emocional de seus filhos; dizem que “amam”, “só querem o bem dos filhos”, entretanto, por verdadeiro e puro ciúme fazem dos filhos seus escravos e do inconsciente familiar, abortando toda e qualquer iniciativa própria dos filhos de viver por conta própria.
            Os pais precisam ser encontrados pelos filhos no momento que estão passando do círculo estreito da família para o círculo mais amplo da sociedade humana; quando precisam vencer o que os liga, infantilmente, aos pais. E, algumas vezes os filhos o fazem através da agressividade, como que numa busca heróica, mas que demonstrará que são criativos frente aos perigos, ainda que sejam aqueles de perder a importância que os pais julgam ter, mas que só assim os filhos podem se realizar como indivíduos com consciência própria.
            Pai, cadê você?

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