A sociedade é um organismo vivo e
dinâmico. Nenhum de nós é capaz de sobreviver sem participar do grupo social, e
tudo que acontece se não temos uma direta participação, estamos envolvidos.
Diante dos acontecimentos só nos cabe duas atitudes: adaptação a eles ou
enfrentamento, na tentativa de alterá-los, passando nós mesmos pelas
transformações que somos capazes de provocar, tendo algumas experiências. Mesmo
que nos neguemos a participar ativamente, algum destino está dando às condições
estabelecidas. Engana-se quem acredita na ideia de que se cada um cuidar da sua
vida todos os problemas serão resolvidos, pois a sociedade existe porque os
indivíduos interagem, e se constroem mutuamente. A realidade social só pode ser
alterada com o envolvimento responsável de cada um, do contrário, cada vez mais
ganharão espaço e importância, demagogos e espertalhões, que ambicionam somente
seus próprios interesses, porque nos consideram incapazes de lutar pelos nossos
direitos.
Neste
sentido, temos de ir além do simples impacto que os acontecimentos nos causam,
como por exemplo, da Professora Eleuza Campanelli Bueno dos Reis que sofreu no
último dia 18/06 um AVC por ter presenciado atos de vandalismo contra seu
automóvel estacionado em frente à Escola Estadual Nova Marília, onde trabalha.
Segundo as reportagens dos jornais da cidade, na semana anterior uma bomba foi
detonada por estudantes dentro de uma sala de aula, provocando incêndio no teto
da classe.
Este
caso não só provoca indignação e perplexidade, mas um sentimento de
solidariedade com toda a comunidade docente, pois à consciência se impõe
veementemente a imperiosa necessidade de repúdio a tais acontecimentos.
Não
podemos nos acomodar a nenhuma forma de humilhação, ameaça e violência contra o
exercício de uma das mais dignas profissões, especialmente numa sociedade tão
carente de valores éticos e morais.
Todos
os professores se associam à consternação do sucedido, e fazemos votos pelo
pronto restabelecimento físico, mental, moral e profissional da Professora
Eleuza, bem como aos demais docentes, funcionários e alunos da Escola Estadual
Nova Marília, que igualmente compartilham do mesmo sentimento, com a esperança
de reconquistar e preservar as condições plenas para o exercício responsável e
competente de nossas funções na construção de uma sociedade melhor e forte na
defesa de seus, mínimos e legítimos, direitos de trabalhar com decência.
Queremos
viver numa sociedade que há milhões de anos muitos de nossos antepassados
trabalharam, e cremos que isto é possível. Não podemos aguardar que alguém faça
por nós o que nós devemos fazer; não podemos nos preocupar apenas com o futuro
da escola e da nossa sociedade. Nosso repúdio, plenamente, se justifica, pois
queremos que haja progresso constante, seguro e saudável na construção que
provocamos a todos, pelos nossos atos. Reafirmamos como Carl Gustav Jung: “O
futuro brota sempre daquilo que existe agora, e não poderá ser sadio se brotar
de solo mórbido; se somos mórbidos (moles) e não percebemos isso aqui e agora,
é claro que acabaremos construindo um futuro doentio. Deves viver a vida num
espírito tal que concretizes em cada momento o melhor das possibilidades”.
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