quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A "gestação" da velhice

“Não é apenas o passado que nos condiciona, mas, também o futuro, que muito tempo antes já se encontra em nós e lentamente vai surgindo em nós mesmos” (JUNG, C. G. O desenvolvimento da personalidade. Petrópolis: Vozes, 1983, p. 115).
“Depois que ‘trintei’, nunca mais contei!”; “Depois dos ‘enta’, é só agüenta!”; “Quem me dera ter de volta os meus 15-18 anos!”
Frases como estas nos comunicam a ideia de que poderia-teria-deveria vivenciar muitas outras experiências das quais, por vários motivos, ficaram para trás.
Parece que o maior incômodo é que a velhice se aproxima implacavelmente e, será um período repleto de dissabores, privações e de experiências negativas.
Ser capaz de se alegrar com o passado, ainda que não tenha sido tão feliz, é o desafio que se impõe a todos que se encontram na faixa dos 40-50 anos.
Somos, sim, incapazes de abrir mão da obstinada ideia de nos mantermos apegados a uma felicidade “perfeita” e dos hábitos egoístas que nos deram a identidade que acreditamos não sabemos viver sem ela, por isso lutamos tanto para que tudo permaneça como “sempre” foi, sem considerar, entretanto, a possibilidade de que só é possível alcançar uma personalidade mais rica e ampla sacrificando um ego construído “às duras penas”, ainda que subjetivamente sintamos que algo mais precioso pode ser alcançado.
Neste período da vida (aos 40-50, mais ou menos), é preciso acompanhar aos sutis movimentos do inconsciente. Segundo C. G. Jung (1875-1961), este processo se dá “muitas vezes como que uma espécie de mudança lenta do caráter da pessoa, outras vezes são traços desaparecidos desde a infância que voltam à tona; às vezes também antigas inclinações e interesses habituais começam a diminuir e são substituídos por novos” (A natureza da psique. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 345).
É como se dá com o curso do sol: o astro-rei ascende das profundezas noturnas do inconsciente e se encanta com toda sua energia que é capaz de emitir para o universo, mas é incapaz de prever que caminha ao zênite. Ao chegar no ponto mais culminante, inicia seu processo de declínio, quando recolhe dentro de si seus próprios raios para iluminar a si mesmo, diminuindo a luz e o calor, até o completo ocaso.
Esta é uma verdade psicológica. Nossa psique nos faz ver que mudanças interiores se processam num nível bastante profundo. E, não há ninguém que nos alerte para este movimento interior, o que provoca, em alguns, desespero para que nada seja alterado. A sensação é de olhar para frente e não saber o que vai ser, e olhar para trás sentindo que muita coisa ficou incompleta ou não é mais possível ser realizada.
“Não podemos viver a tarde de nossa vida segundo o programa da manhã, porque aquilo que era muito na manhã, será pouco na tarde, e o que era verdadeiro na manhã, será falso no entardecer”, afirma Jung (idem, p. 348).
A gestação da nossa velhice está em processo desde nossa infância. Ao perceber os sutis sinais emitidos de seu aparecimento é preciso acompanhá-los com a alma sedenta por aprender um novo jeito de ser no mundo, sem medo das alterações que ocorrerão, mas tendo a perspectiva de que se está assimilando um sentido de vida mais amplo.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Conheça a Clínica de Psicologia

No endereço:
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Seja bem vindo!

O "mergulho" nosso de cada dia

As peças publicitárias de um grande banco inglês tocam num tema bastante interessante. Homens, mulheres e, a mais recente delas, um menino, refletem quanto ao que deixaram de experimentar porque resolveram não gastar algum dinheiro disponível, reservando-o para um futuro distante. Todas as personagens como que “mergulham” nas profundezas de seus inconscientes pessoais, trazendo à tona os conteúdos que em algum dia foram conscientes, mas que reprimiram ou se esqueceram de viver, devido às decisões que tomaram frente à vida. Entretanto, percebem que estão absolutamente sozinhos e órfãos diante da realidade ou da proximidade da morte, e resolvem dar “uma virada” na tentativa de “nascerem” para uma vida, até então, não vivida. 
Tal experiência é mais comum do que imaginamos. Desde que “comemos do fruto do conhecimento do bem e do mal” conforme o mito judaico-cristão, o desafio da ampliação da consciência se impõe. À medida que ficamos mais velhos, as comemorações de aniversário se acumulam ou, cada final de ano acontece, o “mergulho” nosso de cada dia se torna cada vez mais inevitável, levando-nos a “profundidades” que nos pareciam não existir, graças à capacidade inesgotável de refletir, duvidar e experimentar, pois só assim nos tornamos mais conscientes.
Como, recentemente, alguém disse: “Não gosto de falar sobre idade, porque percebo o quanto a vida já passou, já foi!”
Temer, tentar evitar ou bloquear o ritmo do “mergulho” impede o crescimento da consciência que a confrontação psíquica quer nos produzir. Queremos certezas e não dúvidas, resultados e não experimentos. Não queremos conhecer o estado de divisão interior a que os problemas nos induzem. É como se existisse um segundo eu, que nos diz o quanto o primeiro tomou o seu lugar. Percebemos que estamos “divididos”, que não somos os únicos “donos em nossa casa”. Ser adulto é duvidar a respeito de si mesmo, suportar quando discorda de si e, aceitar aquilo que é diferente e estranho daquilo que acredita ser. É não se tornar alheio daquilo que pode ser no futuro, só porque teme sacrificar o presente. É sempre bom olhar para o passado, para que os conteúdos que acreditamos que ficaram para trás tornem à superfície. Nossas necessidades insatisfeitas questionam as convicções defendidas com unhas e dentes, e até, os nossos princípios morais e de vida são revistos.
“Depois que sofri um acidente de carro deixei para trás uma pessoa que nunca deveria deixar. Eu era mais curioso, mais interessado pela vida, em descobrir e ter novas experiências. Fiquei mais previsível, temeroso e inseguro. Perdi a capacidade de me adaptar aos imprevistos e, me adaptei às convicções dos outros”, disse-me outra pessoa.
É preciso tomar alguma atitude quanto aos conteúdos que deixamos para trás, quanto àquilo que nos tornamos por ter-nos separado do que era a nossa essência, pois “os aspectos da vida que poderiam ser igualmente vividos, mas jazem no depósito de velharias, em meio a lembranças recobertas de pó; muitas vezes, no entanto, são brasas que continuam acesas por baixo de cinzas amarelecidas”, conforme C. G. Jung, em “A natureza da psique” (Vozes: Petrópolis, 2000, p. 345), somente aguardando um “mergulho” para dar à vida o seu sentido original.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Aspectos psicológicos do endividamento financeiro

Por que nos endividamos?
Quem não sabe das altas taxas de juros do cartão de crédito, do cheque especial ou do famigerado agiota, ou realmente não quer saber e nem procura por estas informações, ou simplesmente não se importa com o crescimento da dívida, mas, mesmo assim, se queixa de não ser capaz de viver sem dívidas. Entretanto, como se sabe, todas as necessárias informações quanto a estas cobranças estão disponíveis, bastando uma simples solicitação.
O psicólogo analítico Alex Borges Rocha, nos lembra que apesar de no Brasil a moeda se chamar “Real”, o dinheiro é cada vez mais “virtual”; que num tempo as pessoas recebiam o salário em “dinheiro vivo” e manipulando-o percebiam as reais possibilidades orçamentárias. Se o tivessem, comprava-se. Se não, não comprava.
Realmente, não é  difícil perceber o quanto algumas pessoas perderam a dimensão real, tangível, palpável, concreta do dinheiro. É como se o mesmo fosse algo subjetivo, virtual, quase irreal. Daí, cada vez mais, falamos ou ouvimos frases do tipo: “Hoje, eu não tenho, mas acho que vou ter no dia tal, então vou comprar, depois vejo o que faço”. “No mês seguinte, vai entrar um dinheiro, então...”. “O negócio era tão bom, que tive uma intuição, e no final tudo vai dar certo!” “Quero comprar tal coisa, mas agora não tenho dinheiro, então, passo o cartão, dou cheque pré-datado, entro no cheque especial, faço um carnê”. “Poxa, também, sou filho de Deus. Mereço um prêmio”.
Realmente, tratar o dinheiro dessa maneira fica difícil viver sem dívidas, uma meta distante, impossível de ser alcançada.
Parece-me que a questão não se resume a manter-se distante dos templos de consumo, especialmente nesta época do ano, mas trata-se de algo que se passa numa camada mais interior.
Para Rocha: “É sabido que quem vive dentro de um orçamento planejado não entra em dívida, mas tem que lidar com a frustração. [...] Saber qual é o real poder de compra é criar consciência de quanto se ganha e quanto se gasta” (O psicólogo clínico e o dinheiro. Revista Hermes, nº 17. São Paulo: Instituto Sedes Sapientiae, 2012, p. 14).
Quanto mais baixo o nível de suportar a frustração, maior deve-se aumentar as entradas financeiras, e não o número de parcelas.
O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), nos lembra: “Neurose é um estado de desunião consigo mesmo, causado pela oposição entre as necessidades instintivas e as exigências da cultura, entre os caprichos infantis e a vontade de adaptação, entre os deveres individuais e coletivos. A neurose é um sinal de parada para o indivíduo que está num caminho falso, e um sinal de alarme que o induz a procurar um processo de cura pessoal” (Memórias, sonhos e reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 356).
quem devo mais: a mim mesmo, ou às expectativas alheias? “Preciso” ou “desejo”? Por que cobrar de outras pessoas aquilo que só eu posso pagar-me?
“O dinheiro é um dos grandes determinadores [...] do valor que temos com relação a coisas e pessoas”, conforme o rabino Nilton Bonder (A Cabala do dinheiro. Rio de Janeiro: Imago, 1991, p. 153).
Fazer e pagar dívidas indicam quem sou nesta vida, e o que a vida é para mim.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

XXIX InterQuinta_Jung – Debate

         Exibirá o filme: “A Beira do Caminho”, seguido de debate.
Sinopse: A emocionante história de João, um homem que encontra na estrada uma saída para esquecer os dramas de seu passado. Por acaso ou sorte, seu caminho se cruza com o de um menino em busca do pai que nunca conheceu. A partir desse encontro, nasce uma bela relação que movimentará o delicado equilíbrio construído por João para enfrentar seus fantasmas. De Breno Silveira, o diretor de 2 filhos de Francisco, à beira do caminho evoca e se inspira em letras de sucesso de Roberto Carlos.

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                                                            Informações Técnicas

Título: A Beira do Caminho
Ano de Lançamento: 2012                                                                            Recomendação: 14 anos
Direção: Breno Silveira                                                                                   Gênero: Drama
Duração: 82 minutos
País de Origem: Brasil
        
Elenco: João Miguel; Vinicius Nascimento; Dira Paes; Ângelo Antonio.

Data da Exibição: 28/11/2013
Horário: 20h00      
Local: Sala de Projeção Municipal, piso superior da Biblioteca Municipal. Entrada pela Av. Rio Branco.

Comentários:

Débora Azinari Golmia: Bacharel em Direito pela Universidade de Araraquara. Fotógrafa Técnica Pericial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo, onde atua há 18 anos na Polícia Científica de Marília. Psicóloga formada pela Unimar com atuação Clínica.

Entrada Franca- Vagas Limitadas

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobre o Dia da Consciência Negra

Desde que o homem percebeu a realidade do outro, apresenta e desenvolve em seus relacionamentos, variando intensidades, os mesmos padrões emocionais, de atitudes e de imagens sobre quem é o outro para si. Isto é, a convivência com o outro é uma experiência arquetípica, ou ainda, psiquicamente somos equipados com padrões primordiais quanto ao contato e relacionamento com outras pessoas.
É disto, justamente, que aborda o Dia Nacional da Consciência Negra. Trata-se de uma reflexão quanto à necessária percepção da realidade do outro e dos diferentes pólos que estas relações proporcionam. Tal reflexão vai além das ações afirmativas nos campos culturais, econômicos e sociais. Passa pelo campo psíquico, a saber, a vivência do Arquétipo da Alteridade.
No campo pessoal, se a vivência do Arquétipo Matriarcal leva-nos a um relacionamento maternal, ou seja, a adotar cuidados como uma mãe trata e se apega aos filhos que, na maioria das vezes, pela grande intimidade que se estabelece, impede o desenvolvimento pessoal do outro e, a vivência do Arquétipo Patriarcal leva-nos a um relacionamento paternal, isto é, a assumirmos uma posição mais abstrata, distanciada, assimétrica e elitista, que tantos de prejuízos psicológicos aos filhos, a vivência do Arquétipo da Alteridade nos chama para um relacionamento dialético, isto é, de aproximações, de comparações respeitosas e mútuas, de trocas de valores, de confrontos com o diferente, de flexibilidades.
No caso do País, sob a regência do Arquétipo Patriarcal, estabelecemos uma sociedade hierarquizada, desigual e elitista, a partir da adoção da pregação jesuítica e, mais tarde, pelos diversos protestantismos históricos que se estabeleceram com o início do período republicano, os quais não se importavam, e até alguns se beneficiavam, do funcionamento de uma estrutura escravocrata durante mais de 300 anos, legando-nos um sistema cultural, comercial, social e religioso desigual. Sob a regência do Arquétipo Matriarcal, organizou-se uma sociedade dependente de superpotências, trazendo como consequência um forte sentimento de autocomiseração, a partir da vinda da família real e da corte portuguesa, com sua força armada responsável pelo genocídio dos povos indígenas, pela exploração de nossas riquezas minerais para pagamento de dívidas que financiavam a classe dominante, na organização política oligarca, na divisão das terras em províncias dependentes de um sistema econômico-financeiro corrupto e indiferente para com os miseráveis. Ambos legaram um povo pobre de heróis, com uma memória sociopolítica míope, deixando à mostra as vísceras da miséria, da injustiça, da violência, da corrupção, do abandono e diferenças sociais, um princípio de alteridade violentado.
“É com essa capacidade de avaliação da relação Matriarcal-Patriarcal, pelo Arquétipo da Alteridade que nos permite ver a luz e a sombra da civilização e onde há que se penetrar e buscar resgatar as feridas da humanização”, afirma Carlos Alberto Botelho Byington, em O processo de humanização, os arquétipos e a transformação cultural (Terra Brasilis: Pré-história e arqueologia da psique. São Paulo: Paulus, 2006, p. 226).
Quer dizer: Casa Grande e Senzala, antes separadas pelas forças dominantes, são irmãs univitelinas à espera de um resgate psíquico, apesar das complexidades implicadas e, exige tempo e paciência, mas, principalmente, perseverança e luta para diminuirmos o fosso que insiste persistir.
Só o Arquétipo da Alteridade pode nos conduzir, a bom termo, num processo humanitário e humanizador. A nossa identidade cultural apresenta aspectos que contém todos os elementos necessários para a vivência do Arquétipo da Alteridade, e suas benfazejas riquezas distribuídas em todas as nossas regiões, a saber: a musicalidade com seus ritmos maravilhosos, a diversidade religiosa ameríndia, africana e européia, a festividade definida pela alegria extrovertida, e a singularidade da maravilhosa Língua Portuguesa, com sua variedade regionalista.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A psique e o mundo virtual

            “A fé que se tem no nosso mundo e no poder do ser humano tornou-se – apesar de afirmações em contrário – a verdade prática e, por enquanto, inabalável” (JUNG, C. G. Um mito moderno sobre coisas vistas no céu. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 15).
            Com isto, o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), critica o espírito soberbo que guia a prática científica quanto aos avanços tecnológicos alcançados, e desprezo acadêmico sistemático e sistêmico quanto a outras formas de conhecimento acumulados durante milênios da história humana.
            A Cibercultura é parte de uma realidade da qual parece não haver mais volta, devido a sua onipresente influência sobre nós, definidos pelas contingências do mundo tangível. Experiências pessoais e reais parecem ficar, cada vez mais, no passado, mesmo quando datam de milhões de anos.
            A utilização da tecnologia das comunicações virtuais tem gerado novos sofrimentos psíquicos. Pelo mundo afora encontramos núcleos de pesquisas quanto à psicologia e suas interfaces com a informática, que estudam o agravamento do medo, da depressão, da paranoia, da angústia, do ciúme, da síndrome do pânico, do transtorno bipolar, do TOC, da TPM, entre outros, mesmo diante de tanto avanço tecnológico.
            As facilidades oferecidas pelos serviços virtuais – informações, acessos aos serviços públicos, privados e bancários, compras on-line, sistemas de comunicação – já estão motivando o aparecimento do fenômeno “Digital Detox”, uma espécie de “dieta digital, desconexão, abandono da rede, um afastamento da tecnologia e das mídias digitais [...] para restabelecer algum equilíbrio nas vidas dos usuários [...] que desenvolvam atividades como aulas de culinária, pesca e leitura de um livro em papel, conversar, ler e jogar jogos [...] a serem mais conscientes do uso da tecnologia” (Masuma Ahuja. Precisa de um descanso da internet? Estadão:15/11/13, p. B16).
            Outro grave problema do mundo dos websites: a fixação em tudo que é de ordem material. A tecnologia eletrônica nos separou do calor humano e do sagrado. Somos vítimas da nossa fantasia de que formamos uma espécie independente uns dos outros e da dimensão transcendente, não porque inexistem, mas meramente porque resolvemos que podemos viver sem eles.
            Submetidos à exaustão das informações em forma de imagens, permitimos nossa consciência livre e imaginação criadora fique amordaçada a experiências sem sentido. Tanto no plano coletivo quanto individual, o desafio é resgatar o sentido da vida, se abrir ao prazer e à alegria do outro, sem o medo que o apego ao poder produz.
Temos de enfrentar as condições a que o mundo WWW pode nos conduzir, marcado pelos pensamentos obsessivos, caso não queiramos ser vencidos pelas partes que insistimos mantê-las distantes de nossa vida – calor humano e a presença da transcendência, da qual perdemos o apetite, por acreditar que todos os mistérios foram desvendados com o advento do computador.
            As mídias nos querem fazer crer que somos “alguma coisa chapada, sem profundidade, sem significado e cuja consciência se limita ao imediato, superficial e consumível”, como afirma Maria da Graça Serpa, psicóloga, membro do Instituto Junguiano do Rio Grande do Sul (O mito de Perseu e da Medusa e os processos de petrificação. Cadernos Junguianos. v. 6, n. 6, agosto 2010. São Paulo: AJB, 2010).