domingo, 8 de julho de 2012

Educação pelo exemplo


Durante os dias 04 a 06 de julho, os profissionais da Rede Municipal de Educação se reuniram com um objetivo muito importante: ampliar seus conceitos e suas práticas pedagógicas.
Sob a supervisão de comprometidos e competentes cientistas da educação foram abordados temas como: ética, inclusão escolar, filosofia, relação família e escola, entre outros.
Para que os debates não sejam colocados à margem da memória, ainda que a grande maioria dos profissionais esteja em gozo de tão merecido recesso de suas atividades, faz-se necessário apontar para alguns fatores no aprimoramento da atividade de ensino: a educação se dá pelo exemplo, é um fenômeno que precisa ser aplicado a todos, coletivamente, como também a indivíduos específicos.
Nos próximos textos abordaremos algumas ideias sobre estes fatores. Hoje iniciamos com o primeiro deles: a educação se dá pelo exemplo.
Mais importante que os vários métodos disponíveis para que a transmissão e a construção do conhecimento sejam bem sucedidas, propostos por tantos teóricos, faz-se necessário salientar de que a educação se dá pela imitação dos alunos aos professores.
Os professores não podem subestimar o papel da observação e da imitação dos atos, palavras e gestos na aprendizagem de seus alunos, pois igualmente fazem o mesmo experimento em suas práticas didáticas, quando imitam os mestres que tanto admiraram em sua formação pedagógica.
Os alunos estão, constante e atentamente, ligados a tudo o que ocorre ao seu redor, até mesmo quando estão no recreio, na formação das filas, não só nas salas de aula, observando aos adultos que tanto gostariam de serem parecidos, procurando imitá-los, pois consideram-nos pessoas maduras, inteligentes e capacitadas para lidarem com os mesmos desafios, um dia enfrentados por nós.
Depois de seus lares, os alunos descobrem que a escola é o universo mais rico onde a diversidade humana está à  disposição de sua aguçada e encantadora curiosidade.
A aprendizagem pela imitação se dá porque o aluno quer testar sem si mesmo, se o que observa faz ou não sentido para a sua vida, se se vale a pena ou não coexistir com os adultos.
A aprendizagem por imitação é uma atitude inconsciente, isto é, além de ser espontâneo e involuntário, é um processo individual e intransferível. Cada um, incluindo os professores, imita o que quer e do que jeito que sabe, porque somos seres dotados de subjetividade, ainda que o fenômeno ensino-aprendizagem seja pautado por sistemas racionais, conforme nos apresentam as diversas abordagens teóricas.
Para Carl Gustav Jung (1875-1961), imitar é  um método que sempre foi eficiente, até para os doentes mentais. Mesmo quando outros métodos falham, a imitação é eficiente porque se fundamenta “em uma das propriedades primitivas da psique”  (O desenvolvimento da personalidade. Petrópolis: Vozes, 1983, p. 155).
Mas os professores precisam estar atentos aos seus atos, palavras e gestos frente à educação, pois maus exemplos prejudicam e anulam até mesmo o melhor dos métodos educacionais tão conscientemente elaborados.

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