quinta-feira, 30 de julho de 2015

PsicoCine C. G. Jung - Mary e Max: Uma Amizade Diferente

PsicoCine C. G. Jung
Filme: Mary e Max: Uma Amizade Diferente
Data: Sábado, dia 01 de agosto
Horário: 16:00
Local: Clínica de Psicologia
Endereço: Rua Cel. Siqueira Reis, 115 (próximo ao CPP).
Evento gratuito.
Comentários: Psicóloga Clínica Simone Campos Prefeito
Compareça!
Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes.
Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne.
E, Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York.
Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida.
Mary e Max é viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais.
Dos criadores do vencedor do Oscar de curta de animação ‘Harvie Krumpet.

domingo, 26 de julho de 2015

Tributo a Carl Gustav Jung, 140 anos de nascimento

            Há exatos 140 anos (1875), nascia em Kesswil, Suíça, Carl Gustav Jung.
Filho único, até aos 09 anos de idade, do Rev. Paul Achilles Jung, pastor luterano e Émile Preiswerk, dona de casa. C. G. Jung foi o primeiro filho vivo do casal, depois da perda de outros três que nasceram mortos, ou sobreviveram alguns dias depois do nascimento.
Jung foi um psiquiatra que preferia ser tratado com
o psicólogo. Juntamente com Sigmund Freud (1856-1939), foi um dos fundadores do movimento psicanalítico, no início do século XX, e um de seus grandes pensadores.
            Entre os anos 1906-1913, Jung encontrou-se pessoalmente com Sigmund Freud (1856-1939), somente sete vezes, mantendo uma troca semanal de correspondências, nas quais abordavam desde os assuntos íntimos e familiares até aos temas teóricos a que ambos se dedicavam, além de um intenso e divergente debate sobre os trabalhos científicos. Jung foi o primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional (IAP), cuja sede fica em Zurique, desde a sua fundação, em 1910, até 1914, quando renunciou.
            Isto é importante, pois se faz necessário estabelecer as bases teóricas do trabalho científico de Jung: Richard Von Krafft-Ebing, Eugene Bleuler, Pierre Janet, Theodore Flournoy, Franz Riklin e, o próprio Freud, para que não se perpetue a referência do pensamento freudiano sobre sua obra, como se este fosse de segunda categoria.
Os trabalhos de Freud, sobre histeria e a interpretação dos sonhos, corroboravam com os trabalhos que Jung desenvolvia no hospital Burghölzli, junto aos pacientes que sofriam esquizofrenia, pois segundo sua aguçada observação, não podiam ser tratados com a aplicação da teoria da libido sexual na tentativa de compreender os seus sofrimentos. E, este foi o principal motivo do rompimento entre os dois.
            Sua mente curiosa e culta produziu uma obra que abrange da filosofia, ciências, literatura, antropologia, paleontologia, história das religiões, linguística a psicologia, “da qual mais da metade ainda não foi traduzida e publicada”, conforme a analista francesa Viviane Thibaudier (Jung: Médico da alma. São Paulo: Paulus, 2014, p. 16).
            “Memórias, sonhos e reflexões”, pode ser considerada a primeira obra a ser lida por aqueles que se interessam pelo pensamento do criador da Psicologia Analítica. Trata-se do registro autobiográfico pelo qual conhecemos o lado humano, tão comum a todos nós, como: filho de pais afetuosos, mas ultrapassados para as suas demandas; insuficiências materiais diante dos desafios financeiros que a pobreza lhe impunha; entretanto, segundo seu ponto de vista, foram situações que o levaram a buscar o que há de mais fundamental a saber na vida - quem ele era para si mesmo e para o mundo. Nesse sentido, e o mesmo se aplica a nós, afirmou: “Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der” (Memórias, Sonhos e Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p. 314).
            Se pudéssemos eleger a preocupação principal entre todas que Jung lidou em seu trabalho, ficaríamos com esta: “O perigo reside na alteração psíquica do homem. Tudo depende do bom ou do mau funcionamento da nossa psique. (idem, p. 142).
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

I Sarau do GEPA - Grupo de Estudos de Psicologia Analítica - GEPA - C. G. Jung


I Sarau
Local: R. Cel. Siqueira Reis, 115 - próximo ao CPP (Centro do Professorado Paulista, Jd. Luciana. Outra referência: Aeroporto).
Data: 24 de julho de 2015
Horário: 19:30
Participação Especial: Psicóloga Vivian Verônica Buck – CRP 06/58896 – Fone (11) 99656.1855.
Candidata a Analista do Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology
Realização: GEPA - Grupo de Estudos de Psicologia Analítica - GEPA - C. G. Jung
Evento Gratuito
Há muito tempo o Sarau é utilizado por artistas e amantes da arte como forma de divulgação e valorização dos processos de criação e expressão (música, dança, poesia e artes plásticas).
O Sarau é aberto a todas as pessoas que quiserem participar com sua poesia, conto, música, dança ou outra arte e também a todos aqueles que querem apenas prestigiar e assistir as apresentações nele ocorridas.
Para quem irá se apresentar é somente necessário dar nome na entrada ou durante o sarau, caso ainda haja vagas.
Cada apresentação tem o limite máximo de 15 minutos, não exigindo limite máximo.
No contexto do Grupo de Estudos de Psicologia Analítica - GEPA - C. G. Jung - o Sarau ganha destaque com as apresentações artísticas produzidas pelos membros, com o apoio e orientação do Diretor do Grupo, visando conteúdos da teoria de Jung.
A partir desta ideia, surge o desafio: transformar o antigo, abrindo um novo mundo de conhecimento para os membros, despertando, assim, seu instinto criativo, como elemento de ampliação de consciência, e auxílio no processo de individuação.
Neste 1º Sarau, vamos refletir em composições de Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Teremos a participação especial da violonista Ana Cláudia.
Pode entrar que a casa é nossa!

PsicoCine C. G. Jung

Na próxima sexta-feira, dia 24 de julho.
Horário: 19:30.
Local: Clínica de Psicologia - Rua Cel. Siqueira Reis, 115 (próximo ao CPP).
Evento gratuito.
Excelente oportunidade para conhecer o mundo do Cinema mais de perto.
Nosso encontro debaterá a construção de produção cinegráfica, com quem entende do assunto.
O nosso convidado: Anderson Marques - Diretor e Produtor Cinematográfico.
"Mas, você sabe dirigir?", foi seu trabalho de estreia no Cinema - selecionado para o III Festival Cultural de Cinema de São Simão-SP e exibido na 6º Mostra Marília de Cinema em 2013.
Técnico do Laboratório de TV da Universidade de Marília (Unimar) no interior Paulista, auxilia como Editor e Cinegrafista no desenvolvimento e na elaboração de projetos, juntamente, com alunos do curso de Publicidade e Propaganda.
Anderson Marques é Diretor, Produtor da Studio Aiko: Vídeo Profissional. Elabora projetos como: Vídeos Sociais, Documentários, Vídeos Institucionais e Institucionais Corporativos, Publicitários e por fim Cinematográficos.
Data: sexta-feira, dia 24 de julho.
Horário: 19:30.
Local: Clínica de Psicologia - Rua Cel. Siqueira Reis, 115 (próximo ao CPP).
Outras Informações: 14.99805.1090
Vagas limitadas.
Evento gratuito.

Tributo pelos 140 Anos de Nascimento de C. G. Jung

Tributo pelos 140 Anos de Nascimento de C. G. Jung
Jung nasceu no dia 26 de julho de 1875, em Kesswil, cantão da Turgóvia, Suíça.
Evento Especial realizado pelo GEPA - Grupo de Estudos de Psicologia Analítica - C. G. Jung
Local: Rua Cel. Siqueira Reis, 115 - Marília – SP
(Próximo ao CPP)
Data: Sábado, dia 25 de julho.
Horário: 16:00 - 18:00
Participação Especial: Psicóloga Vivian Verônica Buck – CRP 06/58896 – Fone (11) 99656.1855.
Candidata a Analista do Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology
Investimento: R$40,00 - por encontro
Informações:
998051090 - vivo
981378535 - Tim
E-mail:
silviolperes@hotmail.com

domingo, 19 de julho de 2015

Sejamos heróis!
            Pelo menos, teoricamente, sabemos que um herói nasce quando há obstáculos para serem superados, ou quando determinadas metas precisam ser alcançadas, especialmente situações que parecem “inatingíveis” para a maioria das pessoas. E, não é difícil perceber quais são as dificuldades que nos desafiam como pessoas, famílias, empresas e sociedade.
            Segundo Joseph Campbell (1904-1987): “O herói é o homem ou a mulher que conseguiu vencer suas limitações históricas pessoais e locais, e alcançou formas normalmente válidas, humanas” (O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 2007, p. 28).
            Para Renato Janine: “O heroísmo não está só nas personagens da mitologia grega ou nos super-heróis da TV. Ele pode estar presente quando cada um de nós enfrenta uma pequena prepotência, em nome de um valor mais alto – desde, claro, que arque com os resultados de sua ação e que além disso lembre que é falível e pode estar errado. Mas é desses pequenos heroísmos pessoais que depende a dignidade humana” (www.renatojanine.prof.br/Etica/heroi.html).
            Conforme o analista junguiano James Hollis, o herói enfrenta, diariamente, pelo menos dois incansáveis inimigos: a letargia e o medo. Todas as vezes que nos deixamos seduzir pelos confortos, isto é, quando não nos envolvemos pessoalmente com os conflitos, especialmente aqueles que exigem uma postura pessoal, a letargia como que nos come vivos; e, se temos de perder alguma posição já alcançada, se nos comparamos com os outros, ficamos sob o efeito paralisante do medo. “Depois de termos assumido essa incumbência singular e também absoluta de nos tornarmos protagonistas do nosso próprio drama existencial, então estamos vivendo numa dimensão heróica” (Rastreando os deuses. São Paulo: Paulinas, 1997, p. 110).
            Assim sendo, o herói é alguém mais consciente de quem é para si mesmo.
            O herói não se vale de artimanhas nem de esperteza para manter viva a sua disposição de vencer os obstáculos, mas enfrentando, muitas vezes, percebe que precisa sacrificar vontades pessoais, pois sabe que não pode fugir de si mesmo. Nisto está o caminho da sabedoria. Se agir com esperteza, sabe que estará se enganando e iludindo a si mesmo. O caminho da sabedoria é transitado sem as intenções nem os desejos egoístas.
            “Todos os heróis sucumbem por si, quando difundem em certa medida a atitude de herói e com isso fracassam” (Minuta da Associação de Psicologia Analítica Clube Psicológico de Zurique, ao Livro Vermelho, de Carl Gustav Jung. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 244).
            Neste momento que o País está atravessando, precisamos nos lembrar disso. Sejamos heróis!
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)

domingo, 12 de julho de 2015

M.M.D.C.A. (1932-2015)

            Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga não eram soldados que tombaram na Primeira Guerra Mundial, nem na Segunda; não eram médicos que deram suas vidas na luta contra as doenças mortais na África; não eram engenheiros que morreram na abertura de estradas no norte do País, nas expedições rondonianas; nem tão pouco, políticos que salvaram o Brasil da inflação, criaram milhões de empregos, construíram casas, escolas e hospitais, ou implantaram planos econômicos de aumento de renda; não eram ricos empresários pertencentes às elites; não eram religiosos que se sacrificaram pela cristianização de aborígenes amazônicos, de comunistas nos países da “cortina de ferro”, nem de terroristas islâmicos.
            Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga eram jovens estudantes. Morreram durante as manifestações contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas, pela força militar federal na cidade de São Paulo, na calçada da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, no dia 23 de maior de 1932. Vítimas da truculência do estado brasileiro. Dos cinco, um deles tinha apenas 14 anos de idade, conforme o jornalista da Rádio Eldorado, Geraldo Nunes (http://sao-paulo.estadao.com. br/blogs/geraldo-nunes/).
Em 1932, Getulio Vargas prometia uma “República Nova”, mas governava por decretos, destituía governadores dos estados e nomeava aqueles que se afinavam ao seu discurso ditatorial. A instabilidade política e econômica do País, logo gerou protestos de ruas e “revoluções”, que resultou numa guerra fratricida que durou 87 dias (até 03 de outubro de 1932), deixando um saldo oficial de 934 mortos, e nas contas não-oficiais, 2.200 mortos.
            Neste “Nove de julho”, 83 anos depois, data em que os paulistas recordam a luta por um estado livre de direito, precisamos refletir se não estamos repetindo com o assassinato de tantos outros MMDCAs, em nossas ruas e praças. Para os militares que executaram MMDCA, eles eram marginais à lei.
A arte-educadora e diretora de teatro Luíza Romão, em vídeo-poema que “viralizou” no Facebook, nos últimos dias, nos ajuda a enxergar que a realidade social do País ainda precisa mudar bastante. Ela diz: “Brasil, tu te tornas eternamente responsável por aquilo que pões em cativeiro, da FEBEM ao Navio Negreiro. / Eu sei que assusta perder seus privilégios; somos o plano europeu que não deu certo, mas alerto: reduzir a maioridade não é questão de segurança. Isso é o extermínio de criança; é genocídio de classe. [...] / Tu queres ser gigante, Brasil? Então, lembra do Golias. / O poder gestado pelas mãos da minoria, no País da escravidão, ainda é branca a “democracia”. É a bancada da bala e os seus projéteis de leis. / Onde já se viu tornar-se adulto aos dezesseis? / Diga aí vocês: o País seccionado e a fratura está exposta [...] / São alienistas? E, alienados? / Querem o Brasil, um “País-condomínio-fechado”? / Tem sangue nas mãos e, agora, nos olhos. Mergulham a Bíblia numa poça de ódio. / Sabe, meritocracia é fácil para quem já nasceu no pódio / Por detrás dos discursos, investimentos: são células, transformadas em cédulas; empresas de presos; desprezo por qualquer matéria humana. / Cunha, eu sei quem financia a sua campanha. Você quer o quê? Ser o novo Franco da Espanha? O golpe, é certeiro. Tu queres cercar a Casa Grande e colocar três porteiros? / Mas, cuidado com quem você coloca em cativeiro!”.
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)
            Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga não eram soldados que tombaram na Primeira Guerra Mundial, nem na Segunda; não eram médicos que deram suas vidas na luta contra as doenças mortais na África; não eram engenheiros que morreram na abertura de estradas no norte do País, nas expedições rondonianas; nem tão pouco, políticos que salvaram o Brasil da inflação, criaram milhões de empregos, construíram casas, escolas e hospitais, ou implantaram planos econômicos de aumento de renda; não eram ricos empresários pertencentes às elites; não eram religiosos que se sacrificaram pela cristianização de aborígenes amazônicos, de comunistas nos países da “cortina de ferro”, nem de terroristas islâmicos.
            Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga eram jovens estudantes. Morreram durante as manifestações contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas, pela força militar federal na cidade de São Paulo, na calçada da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, no dia 23 de maior de 1932. Vítimas da truculência do estado brasileiro. Dos cinco, um deles tinha apenas 14 anos de idade, conforme o jornalista da Rádio Eldorado, Geraldo Nunes (http://sao-paulo.estadao.com. br/blogs/geraldo-nunes/).
Em 1932, Getulio Vargas prometia uma “República Nova”, mas governava por decretos, destituía governadores dos estados e nomeava aqueles que se afinavam ao seu discurso ditatorial. A instabilidade política e econômica do País, logo gerou protestos de ruas e “revoluções”, que resultou numa guerra fratricida que durou 87 dias (até 03 de outubro de 1932), deixando um saldo oficial de 934 mortos, e nas contas não-oficiais, 2.200 mortos.
            Neste “Nove de julho”, 83 anos depois, data em que os paulistas recordam a luta por um estado livre de direito, precisamos refletir se não estamos repetindo com o assassinato de tantos outros MMDCAs, em nossas ruas e praças. Para os militares que executaram MMDCA, eles eram marginais à lei.
A arte-educadora e diretora de teatro Luíza Romão, em vídeo-poema que “viralizou” no Facebook, nos últimos dias, nos ajuda a enxergar que a realidade social do País ainda precisa mudar bastante. Ela diz: “Brasil, tu te tornas eternamente responsável por aquilo que pões em cativeiro, da FEBEM ao Navio Negreiro. / Eu sei que assusta perder seus privilégios; somos o plano europeu que não deu certo, mas alerto: reduzir a maioridade não é questão de segurança. Isso é o extermínio de criança; é genocídio de classe. [...] / Tu queres ser gigante, Brasil? Então, lembra do Golias. / O poder gestado pelas mãos da minoria, no País da escravidão, ainda é branca a “democracia”. É a bancada da bala e os seus projéteis de leis. / Onde já se viu tornar-se adulto aos dezesseis? / Diga aí vocês: o País seccionado e a fratura está exposta [...] / São alienistas? E, alienados? / Querem o Brasil, um “País-condomínio-fechado”? / Tem sangue nas mãos e, agora, nos olhos. Mergulham a Bíblia numa poça de ódio. / Sabe, meritocracia é fácil para quem já nasceu no pódio / Por detrás dos discursos, investimentos: são células, transformadas em cédulas; empresas de presos; desprezo por qualquer matéria humana. / Cunha, eu sei quem financia a sua campanha. Você quer o quê? Ser o novo Franco da Espanha? O golpe, é certeiro. Tu queres cercar a Casa Grande e colocar três porteiros? / Mas, cuidado com quem você coloca em cativeiro!”.
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)

domingo, 5 de julho de 2015

Todos sob o arco-íris?

            Assim que a Corte de Justiça dos EUA anunciou a legalização da união homoafetiva em todo o território do país, no último dia 26 de junho, as cores do arco-íris ganharam destaque nas fotos de pessoas, empresas, instituições e entidades, que possuem perfis nas redes sociais, em sinal de apoio à decisão. O fenômeno se repetiu em todo o mundo; mas, já tem gente que está procurando saber como removê-la.
            O arco-íris, como símbolo dos movimentos LGBTs, foi adotado em 1978, durante a primeira Parada Gay, em San Francisco, California (EUA), sucedendo aos triângulos rosas e negros invertidos, utilizados nos anos 70, pelos ativistas norte americanos que os recuperaram pela forma como os nazistas identificavam os homossexuais nos campos de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial. Criada pelo designer Gilbert Baker (1951-), a bandeira do arco-íris, originalmente, portava 8 cores, com diferentes significados: rosa, sexualidade; vermelho, vida; laranja, cura; amarelo, luz solar; verde, natureza; turquesa, magia; azul, serenidade; e, violeta, espírito.
            Sabemos que os símbolos são portadores de significados culturais; através deles comunicamos ideias e valores que vão além da simples exteriorização da imagem. E, com o sexo não é diferente. Como afirma Zygmunt Bauman (1925-): “Em todas as suas manifestações (do sexo), sejam aquelas conhecidas desde tempos imemoriais ou aqueles descobertas e nomeadas pela primeira vez, o sexo serviu à articulação de novos (modernos) mecanismos de poder e controle social” (A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Zahar, 2008, p. 291).
Quer dizer: toda a história do sexo é a história da manipulação cultural do sexo; o sexo é modificado para atender as exigências do presente momento.
E, a bandeira do arco-íris amplia este significado: em matéria de sexo não existe preto ou branco, mas uma ampla diversidade de cores.
“A variedade e intensidade de graduações das orientações sexuais indicam que a natureza não se expressa por meio de categorias estanques. Porém, a mente humana procura catalogar as coisas, colocando cada uma delas num compartimento separado”, conforme Vittorio Lingiardi (1960-), psiquiatra e analista junguiano italiano (Ars erótica ou scientia sexualis? Análise e o amor pelo mesmo sexo – tema apresentado no XII Simpósio da Associação Junguiana do Brasil, em 2004. Estudos sobre a homossexualidade: debates junguianos. São Paulo: Vetor, 2011, p. 25).
Para quem está acostumado a “definir” as pessoas, não deve ser fácil tolerar as multicores que somos capazes de vivenciar em todo o nosso desenvolvimento humano. Entretanto, se quisermos desenvolver a plenitude de nossas capacidades socioculturais, e até espirituais, precisamos, ao menos, nos abrir ao diálogo e evitar os ataques que nos impedem de viver numa sociedade melhor.

(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)