Martins,
Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga não eram soldados que tombaram na
Primeira Guerra Mundial, nem na Segunda; não eram médicos que deram suas vidas
na luta contra as doenças mortais na África; não eram engenheiros que morreram
na abertura de estradas no norte do País, nas expedições rondonianas; nem tão
pouco, políticos que salvaram o Brasil da inflação, criaram milhões de
empregos, construíram casas, escolas e hospitais, ou implantaram planos econômicos
de aumento de renda; não eram ricos empresários pertencentes às elites; não
eram religiosos que se sacrificaram pela cristianização de aborígenes
amazônicos, de comunistas nos países da “cortina de ferro”, nem de terroristas
islâmicos.
Mário
Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio
Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga eram jovens estudantes.
Morreram durante as manifestações contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas,
pela força militar federal na cidade de São Paulo, na calçada da Praça da
República com a Rua Barão de Itapetininga, no dia 23 de maior de 1932. Vítimas
da truculência do estado brasileiro. Dos cinco, um deles tinha apenas 14 anos
de idade, conforme o jornalista da Rádio Eldorado, Geraldo Nunes (http://sao-paulo.estadao.com.
br/blogs/geraldo-nunes/).
Em 1932, Getulio
Vargas prometia uma “República Nova”, mas governava por decretos, destituía
governadores dos estados e nomeava aqueles que se afinavam ao seu discurso
ditatorial. A instabilidade política e econômica do País, logo gerou protestos
de ruas e “revoluções”, que resultou numa guerra fratricida que durou 87 dias
(até 03 de outubro de 1932), deixando um saldo oficial de 934 mortos, e nas
contas não-oficiais, 2.200 mortos.
Neste
“Nove de julho”, 83 anos depois, data em que os paulistas recordam a luta por
um estado livre de direito, precisamos refletir se não estamos repetindo com o
assassinato de tantos outros MMDCAs, em nossas ruas e praças. Para os militares
que executaram MMDCA, eles eram marginais à lei.
A arte-educadora
e diretora de teatro Luíza Romão, em vídeo-poema que “viralizou” no Facebook,
nos últimos dias, nos ajuda a enxergar que a realidade social do País ainda
precisa mudar bastante. Ela diz: “Brasil, tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que pões em cativeiro, da FEBEM ao Navio Negreiro. / Eu sei que assusta
perder seus privilégios; somos o plano europeu que não deu certo, mas alerto:
reduzir a maioridade não é questão de segurança. Isso é o extermínio de
criança; é genocídio de classe. [...] / Tu queres ser gigante, Brasil? Então,
lembra do Golias. / O poder gestado pelas mãos da minoria, no País da
escravidão, ainda é branca a “democracia”. É a bancada da bala e os seus
projéteis de leis. / Onde já se viu tornar-se adulto aos dezesseis? / Diga aí
vocês: o País seccionado e a fratura está exposta [...] / São alienistas? E, alienados?
/ Querem o Brasil, um “País-condomínio-fechado”? / Tem sangue nas mãos e,
agora, nos olhos. Mergulham a Bíblia numa poça de ódio. / Sabe, meritocracia é
fácil para quem já nasceu no pódio / Por detrás dos discursos, investimentos: são
células, transformadas em cédulas; empresas de presos; desprezo por qualquer
matéria humana. / Cunha, eu sei quem financia a sua campanha. Você quer o quê?
Ser o novo Franco da Espanha? O golpe, é certeiro. Tu queres cercar a Casa Grande
e colocar três porteiros? / Mas, cuidado com quem você coloca em cativeiro!”.
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo
(IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à
IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)
Martins,
Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga não eram soldados que tombaram na
Primeira Guerra Mundial, nem na Segunda; não eram médicos que deram suas vidas
na luta contra as doenças mortais na África; não eram engenheiros que morreram
na abertura de estradas no norte do País, nas expedições rondonianas; nem tão
pouco, políticos que salvaram o Brasil da inflação, criaram milhões de
empregos, construíram casas, escolas e hospitais, ou implantaram planos econômicos
de aumento de renda; não eram ricos empresários pertencentes às elites; não
eram religiosos que se sacrificaram pela cristianização de aborígenes
amazônicos, de comunistas nos países da “cortina de ferro”, nem de terroristas
islâmicos.
Mário
Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio
Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga eram jovens estudantes.
Morreram durante as manifestações contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas,
pela força militar federal na cidade de São Paulo, na calçada da Praça da
República com a Rua Barão de Itapetininga, no dia 23 de maior de 1932. Vítimas
da truculência do estado brasileiro. Dos cinco, um deles tinha apenas 14 anos
de idade, conforme o jornalista da Rádio Eldorado, Geraldo Nunes (http://sao-paulo.estadao.com.
br/blogs/geraldo-nunes/).
Em 1932, Getulio
Vargas prometia uma “República Nova”, mas governava por decretos, destituía
governadores dos estados e nomeava aqueles que se afinavam ao seu discurso
ditatorial. A instabilidade política e econômica do País, logo gerou protestos
de ruas e “revoluções”, que resultou numa guerra fratricida que durou 87 dias
(até 03 de outubro de 1932), deixando um saldo oficial de 934 mortos, e nas
contas não-oficiais, 2.200 mortos.
Neste
“Nove de julho”, 83 anos depois, data em que os paulistas recordam a luta por
um estado livre de direito, precisamos refletir se não estamos repetindo com o
assassinato de tantos outros MMDCAs, em nossas ruas e praças. Para os militares
que executaram MMDCA, eles eram marginais à lei.
A arte-educadora
e diretora de teatro Luíza Romão, em vídeo-poema que “viralizou” no Facebook,
nos últimos dias, nos ajuda a enxergar que a realidade social do País ainda
precisa mudar bastante. Ela diz: “Brasil, tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que pões em cativeiro, da FEBEM ao Navio Negreiro. / Eu sei que assusta
perder seus privilégios; somos o plano europeu que não deu certo, mas alerto:
reduzir a maioridade não é questão de segurança. Isso é o extermínio de
criança; é genocídio de classe. [...] / Tu queres ser gigante, Brasil? Então,
lembra do Golias. / O poder gestado pelas mãos da minoria, no País da
escravidão, ainda é branca a “democracia”. É a bancada da bala e os seus
projéteis de leis. / Onde já se viu tornar-se adulto aos dezesseis? / Diga aí
vocês: o País seccionado e a fratura está exposta [...] / São alienistas? E, alienados?
/ Querem o Brasil, um “País-condomínio-fechado”? / Tem sangue nas mãos e,
agora, nos olhos. Mergulham a Bíblia numa poça de ódio. / Sabe, meritocracia é
fácil para quem já nasceu no pódio / Por detrás dos discursos, investimentos: são
células, transformadas em cédulas; empresas de presos; desprezo por qualquer
matéria humana. / Cunha, eu sei quem financia a sua campanha. Você quer o quê?
Ser o novo Franco da Espanha? O golpe, é certeiro. Tu queres cercar a Casa Grande
e colocar três porteiros? / Mas, cuidado com quem você coloca em cativeiro!”.
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo
(IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à
IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)