domingo, 14 de agosto de 2011

Síndrome de Burnout (2)


            A escolha de uma profissão é um grande desafio, pois exige responsabilidade e maturidade. É uma decisão que envolve sentimentos como: lugar que desejamos ocupar na sociedade, pretensões salariais e autorrealização. Por isso o indivíduo precisa avaliar se a escolha é uma decisão pessoal, ou está seguindo a um “ideal” da sua família, ou do seu grupo social. A insatisfação profissional, em muitos casos, está associada aos “ideais” que o indivíduo, sua família e amigos têm a respeito do ambiente e do exercício das diversas profissões.
As condições psicológicas do indivíduo devem ser consideradas para que se faça uma boa escolha profissional, caso isto seja desprezado, o perfil psicológico pode trazer diversos sofrimentos psíquicos, entre eles, a Síndrome de Burnout.
Em 2008, foi realizada uma pesquisa numa universidade norte-americana, e verificou-se que professores perfeccionistas encontravam-se mais propensos a desenvolver Burnout (TEVEN, J. An Exploratory Study of the Relationships among Teacher Temperament, Perfectionist Orientations, and Affective Instruction. In: Annual Meeting of the NCA, 94. San Diego, 2008).
            Quanto mais diferentes forem as condições idealizadas da realização laboral propriamente dita, maiores são as chances do aparecimento da Síndrome de Burnout. Exemplificando: se você acredita que ser professor é cumprir regras, responsabilidades e competências que normalmente se espera de um mestre, sem levar em consideração a sua capacidade interna para enfrentar as reais condições que encontra nas salas de aula, desde a falta de materiais pedagógicos apropriados, à convivência com os diretores, colegas e funcionários da escola, e às necessidades dos alunos, mas mesmo assim você pensa que é possível contornar a situação, isto pode, na opinião de Gisele Levy, Francisco Sobrinho e Carlos de Souza, desencadear quadros de ansiedade e depressão, e resultar em burnout (Síndrome de Burnout em professores da rede pública. Prod. São Paulo, v. 19, n. 3, 2009).
            A qualidade de vida do trabalhador é um fator que deve ser levado em conta quando da escolha profissional, e esta vai muito além da simples idealização que se tem quando está para se decidir a qual profissão seguir.
            Os ambientes de trabalho precisam ser espaços onde os indivíduos possam realizar suas tarefas sem violentar suas necessidades fisiológicas e psicológicas. E, não só os indivíduos devem se conscientizar de suas limitações no exercício pleno de suas tarefas, como também as empresas precisam verificar se as condições para o trabalho são favoráveis a isto. Esta é a chave para a humanização das organizações que evita: a despersonalização do indivíduo; estimula o seu sentimento de dignidade própria, de autorrealização; e, o desafia a uma qualificação cada vez maior, com a consequente diminuição do aparecimento de frustração, ansiedade, medo, insatisfação, agressividade, perversidade, alcoolismo, e uso de drogas.
            Portanto, ao escolher uma profissão procure verificar suas próprias capacidades, e não se deixe levar pelos “ideais”, pois estes podem não ser encontrados na realidade. E, se tiver alguma dificuldade procure alguma orientação, para que sua escolha seja o mais livre possível. E, se você já se encontra no mercado de trabalho, respeite a você mesmo, e se estiver alguma dificuldade, procure ajuda, antes de consumir suas energias.

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