Partidos políticos procuram pessoas que possam vencer as eleições, para verem seus interesses implantados na vida real dos cidadãos.
Candidatos procuram afinar seus discursos às necessidades dos eleitores para conquistarem o maior número de votos, com a intenção de serem líderes da sociedade.
E, o eleitor aguarda as propostas de cada partido e candidato para escolher o seu representante, e acompanhar o exercício do mandato.
Partidos, candidatos e eleitores têm expectativas quanto à solução dos problemas da cidade, e quanto ao futuro da sua administração.
Entretanto, muitas expectativas podem não ser correspondentes à realidade, porque são idealizações, exigindo de todos, um alto nível emocional para a frustração.
Quanto menor a capacidade de suportar frustrações, maiores serão as promessas dos partidos políticos e de seus candidatos, e menor a participação dos eleitores na ação política e na transformação da sociedade.
Temos de estar preparados para os fracassos, mesmo porque, temos uma larga e antiga experiência no contexto nacional, e em nossa cidade.
A frustração é parte integrante de nossa vida política, assim como a idealização, contudo é preciso estarmos conscientes disso para que os efeitos da decepção sejam sentidos como desafios para a sociedade democrática e mais justa que tanto queremos.
“Se nosso objetivo é a perfeição, estamos condenados a cair no desespero e na depressão; sentimo-nos impotentes e não conseguimos agir. Se apenas observamos como as coisas são terríveis, ficamos tentados a lavar as mãos da política e deixar que os outros (os líderes) tratem das coisas; ficamos paralisados e, mais uma vez, perdemos nosso sentido de atuação” (A política no divã: cidadania e vida interior. São Paulo: Summus, 2002, p. 95).
Nenhum dos candidatos é capaz de carregar o ideal dos eleitores. Ninguém suporta por muito tempo o papel de herói ou heroína, sem sofrer o desgaste físico, mental e psicológico à que se impõe. Em algum momento romper-se-á a verdadeira natureza humana.
Simplesmente, em política, precisamos de pessoas não-heróicas, que dependem de admiradores – ou seriam bajuladores? – mas, de pessoas que possam dar o melhor de si para o bem-estar da maioria, e que mudem sua maneira de pensar quando está em jogo a vontade do povo, e seus interesses pessoais.
É inevitável que a sociedade se decepcione com os fracassos dos políticos, não só devido à complexidade dos problemas que nos afligem, mas principalmente, devido à sua natureza humana.
Partidos e candidatos precisam perceber que os problemas da cidade não são fáceis, e que como humanos, são altamente deficientes e passíveis de fracassos, mesmo quando são bem intencionados.
E, os eleitores conscientes disto, saberão não se deixar enganar por promessas que para serem cumpridas, políticos e partidos farão qualquer coisa, mesmo que violentem suas boas intenções, deixando à mostra sua natureza humana, tão limitada e decepcionante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário