O mundo político-partidário discute as relações
de poder e dominação procura envolver o eleitorado na tentativa de
determinar-se como o seu único detentor e executor, deixando à margem os
verdadeiros interesses da população, especialmente a mais carente – sim, esta
ainda existe e só aumenta.
Segundo
Armando Marino Filho, psicólogo e professor da Faculdade de Birigui, as
relações de poder e dominação contribuem para o desenvolvimento do homem “como
sujeito social, constituído de uma personalidade no qual o poder e o domínio se
revelam como possibilidade de participação social ativa e consciente, e como
processo educativo” (Educação do poder e do domínio para as relações sociais e
políticas – Revista Psicologia Política, vol. 10, nº 20, 2010).
Especificamente
durante o período eleitoral, eleitores e candidatos expressam por diversas
maneiras como lidam com o poder e a dominação. O grande problema é a dependência
que o eleitor acredita ter de algum candidato para o atendimento de suas
necessidades, na tentativa de ter o maior grau de satisfação possível, porém a
sua solução passa pela percepção do risco de perder a sua liberdade e
autonomia, uma vez que as necessidades se renovam indefinidamente, bastando que
uma delas seja atendida para que outras sejam reclamadas, e permanecer na mão
dos que lhe prometem alguma coisa.
Neste
sentido, muitas intenções de voto expressam apenas a dependência que o eleitor
projeta sobre os candidatos que mais prometem, por isso a escolha eleitoral
passa pelo debate consciente.
O voto precisa ser uma
manifestação consciente de que a transformação das necessidades em boas
realizações, passa pela percepção de que se tem poder e controle sobre as
necessidades que sofre, e que sabe responsabilizar o poder público de suas
omissões.
A
insatisfação das necessidades imediatas pode gerar expectativas infundadas
sobre os candidatos, aumentando o risco de frustração, que por sua vez, infelizmente,
facilita o discurso dos demagogos que zombam do povo, não se importando com as
suas necessidades.
A situação se agrava quando partidos políticos
buscam apoio de denominações religiosas, evangélicas e católicas,
representantes do pensamento teológico conservador, algumas de cunho
fundamentalista, que veem nesta prática, oportunidades para maior crescimento
numérico de fiéis, principalmente.
Isto
revela a fragilidade do sistema político-partidário e a má-fé dos líderes
religiosos, fortalecendo a crença de que a sociedade precisa de poderosos e
dominadores que se apresentam como verdadeiros “messias”.
Tanto a política quanto
a religião têm a responsabilidade de emancipar os indivíduos dos “cabrestos”
que os fazem cegos quanto ao poder e domínio de que são detentores como
cidadãos no enfrentamento de suas necessidades.
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