domingo, 12 de julho de 2015

M.M.D.C.A. (1932-2015)

            Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga não eram soldados que tombaram na Primeira Guerra Mundial, nem na Segunda; não eram médicos que deram suas vidas na luta contra as doenças mortais na África; não eram engenheiros que morreram na abertura de estradas no norte do País, nas expedições rondonianas; nem tão pouco, políticos que salvaram o Brasil da inflação, criaram milhões de empregos, construíram casas, escolas e hospitais, ou implantaram planos econômicos de aumento de renda; não eram ricos empresários pertencentes às elites; não eram religiosos que se sacrificaram pela cristianização de aborígenes amazônicos, de comunistas nos países da “cortina de ferro”, nem de terroristas islâmicos.
            Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga eram jovens estudantes. Morreram durante as manifestações contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas, pela força militar federal na cidade de São Paulo, na calçada da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, no dia 23 de maior de 1932. Vítimas da truculência do estado brasileiro. Dos cinco, um deles tinha apenas 14 anos de idade, conforme o jornalista da Rádio Eldorado, Geraldo Nunes (http://sao-paulo.estadao.com. br/blogs/geraldo-nunes/).
Em 1932, Getulio Vargas prometia uma “República Nova”, mas governava por decretos, destituía governadores dos estados e nomeava aqueles que se afinavam ao seu discurso ditatorial. A instabilidade política e econômica do País, logo gerou protestos de ruas e “revoluções”, que resultou numa guerra fratricida que durou 87 dias (até 03 de outubro de 1932), deixando um saldo oficial de 934 mortos, e nas contas não-oficiais, 2.200 mortos.
            Neste “Nove de julho”, 83 anos depois, data em que os paulistas recordam a luta por um estado livre de direito, precisamos refletir se não estamos repetindo com o assassinato de tantos outros MMDCAs, em nossas ruas e praças. Para os militares que executaram MMDCA, eles eram marginais à lei.
A arte-educadora e diretora de teatro Luíza Romão, em vídeo-poema que “viralizou” no Facebook, nos últimos dias, nos ajuda a enxergar que a realidade social do País ainda precisa mudar bastante. Ela diz: “Brasil, tu te tornas eternamente responsável por aquilo que pões em cativeiro, da FEBEM ao Navio Negreiro. / Eu sei que assusta perder seus privilégios; somos o plano europeu que não deu certo, mas alerto: reduzir a maioridade não é questão de segurança. Isso é o extermínio de criança; é genocídio de classe. [...] / Tu queres ser gigante, Brasil? Então, lembra do Golias. / O poder gestado pelas mãos da minoria, no País da escravidão, ainda é branca a “democracia”. É a bancada da bala e os seus projéteis de leis. / Onde já se viu tornar-se adulto aos dezesseis? / Diga aí vocês: o País seccionado e a fratura está exposta [...] / São alienistas? E, alienados? / Querem o Brasil, um “País-condomínio-fechado”? / Tem sangue nas mãos e, agora, nos olhos. Mergulham a Bíblia numa poça de ódio. / Sabe, meritocracia é fácil para quem já nasceu no pódio / Por detrás dos discursos, investimentos: são células, transformadas em cédulas; empresas de presos; desprezo por qualquer matéria humana. / Cunha, eu sei quem financia a sua campanha. Você quer o quê? Ser o novo Franco da Espanha? O golpe, é certeiro. Tu queres cercar a Casa Grande e colocar três porteiros? / Mas, cuidado com quem você coloca em cativeiro!”.
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)
            Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga não eram soldados que tombaram na Primeira Guerra Mundial, nem na Segunda; não eram médicos que deram suas vidas na luta contra as doenças mortais na África; não eram engenheiros que morreram na abertura de estradas no norte do País, nas expedições rondonianas; nem tão pouco, políticos que salvaram o Brasil da inflação, criaram milhões de empregos, construíram casas, escolas e hospitais, ou implantaram planos econômicos de aumento de renda; não eram ricos empresários pertencentes às elites; não eram religiosos que se sacrificaram pela cristianização de aborígenes amazônicos, de comunistas nos países da “cortina de ferro”, nem de terroristas islâmicos.
            Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga eram jovens estudantes. Morreram durante as manifestações contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas, pela força militar federal na cidade de São Paulo, na calçada da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, no dia 23 de maior de 1932. Vítimas da truculência do estado brasileiro. Dos cinco, um deles tinha apenas 14 anos de idade, conforme o jornalista da Rádio Eldorado, Geraldo Nunes (http://sao-paulo.estadao.com. br/blogs/geraldo-nunes/).
Em 1932, Getulio Vargas prometia uma “República Nova”, mas governava por decretos, destituía governadores dos estados e nomeava aqueles que se afinavam ao seu discurso ditatorial. A instabilidade política e econômica do País, logo gerou protestos de ruas e “revoluções”, que resultou numa guerra fratricida que durou 87 dias (até 03 de outubro de 1932), deixando um saldo oficial de 934 mortos, e nas contas não-oficiais, 2.200 mortos.
            Neste “Nove de julho”, 83 anos depois, data em que os paulistas recordam a luta por um estado livre de direito, precisamos refletir se não estamos repetindo com o assassinato de tantos outros MMDCAs, em nossas ruas e praças. Para os militares que executaram MMDCA, eles eram marginais à lei.
A arte-educadora e diretora de teatro Luíza Romão, em vídeo-poema que “viralizou” no Facebook, nos últimos dias, nos ajuda a enxergar que a realidade social do País ainda precisa mudar bastante. Ela diz: “Brasil, tu te tornas eternamente responsável por aquilo que pões em cativeiro, da FEBEM ao Navio Negreiro. / Eu sei que assusta perder seus privilégios; somos o plano europeu que não deu certo, mas alerto: reduzir a maioridade não é questão de segurança. Isso é o extermínio de criança; é genocídio de classe. [...] / Tu queres ser gigante, Brasil? Então, lembra do Golias. / O poder gestado pelas mãos da minoria, no País da escravidão, ainda é branca a “democracia”. É a bancada da bala e os seus projéteis de leis. / Onde já se viu tornar-se adulto aos dezesseis? / Diga aí vocês: o País seccionado e a fratura está exposta [...] / São alienistas? E, alienados? / Querem o Brasil, um “País-condomínio-fechado”? / Tem sangue nas mãos e, agora, nos olhos. Mergulham a Bíblia numa poça de ódio. / Sabe, meritocracia é fácil para quem já nasceu no pódio / Por detrás dos discursos, investimentos: são células, transformadas em cédulas; empresas de presos; desprezo por qualquer matéria humana. / Cunha, eu sei quem financia a sua campanha. Você quer o quê? Ser o novo Franco da Espanha? O golpe, é certeiro. Tu queres cercar a Casa Grande e colocar três porteiros? / Mas, cuidado com quem você coloca em cativeiro!”.
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)

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