Filho único, até
aos 09 anos de idade, do Rev. Paul Achilles Jung, pastor luterano e Émile
Preiswerk, dona de casa. C. G. Jung foi o primeiro filho vivo do casal, depois
da perda de outros três que nasceram mortos, ou sobreviveram alguns dias depois
do nascimento.
Jung foi um
psiquiatra que preferia ser tratado com
Entre
os anos 1906-1913, Jung encontrou-se pessoalmente com Sigmund Freud
(1856-1939), somente sete vezes, mantendo uma troca semanal de correspondências,
nas quais abordavam desde os assuntos íntimos e familiares até aos temas
teóricos a que ambos se dedicavam, além de um intenso e divergente debate sobre
os trabalhos científicos. Jung foi o primeiro presidente da Associação
Psicanalítica Internacional (IAP), cuja sede fica em Zurique, desde a sua
fundação, em 1910, até 1914, quando renunciou.
Isto
é importante, pois se faz necessário estabelecer as bases teóricas do trabalho
científico de Jung: Richard Von Krafft-Ebing, Eugene Bleuler, Pierre Janet,
Theodore Flournoy, Franz Riklin e, o próprio Freud, para que não se perpetue a
referência do pensamento freudiano sobre sua obra, como se este fosse de
segunda categoria.
Os trabalhos de
Freud, sobre histeria e a interpretação dos sonhos, corroboravam com os
trabalhos que Jung desenvolvia no hospital Burghölzli, junto aos pacientes que
sofriam esquizofrenia, pois segundo sua aguçada observação, não podiam ser
tratados com a aplicação da teoria da libido sexual na tentativa de compreender
os seus sofrimentos. E, este foi o principal motivo do rompimento entre os dois.
Sua
mente curiosa e culta produziu uma obra que abrange da filosofia, ciências,
literatura, antropologia, paleontologia, história das religiões, linguística a
psicologia, “da qual mais da metade ainda não foi traduzida e publicada”,
conforme a analista francesa Viviane Thibaudier (Jung: Médico da alma. São
Paulo: Paulus, 2014, p. 16).
“Memórias,
sonhos e reflexões”, pode ser considerada a primeira obra a ser lida por
aqueles que se interessam pelo pensamento do criador da Psicologia Analítica.
Trata-se do registro autobiográfico pelo qual conhecemos o lado humano, tão comum
a todos nós, como: filho de pais afetuosos, mas ultrapassados para as suas
demandas; insuficiências materiais diante dos desafios financeiros que a
pobreza lhe impunha; entretanto, segundo seu ponto de vista, foram situações
que o levaram a buscar o que há de mais fundamental a saber na vida - quem ele
era para si mesmo e para o mundo. Nesse sentido, e o mesmo se aplica a nós, afirmou:
“Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo
fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o
mundo me der” (Memórias, Sonhos e Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2015, p. 314).
Se
pudéssemos eleger a preocupação principal entre todas que Jung lidou em seu
trabalho, ficaríamos com esta: “O perigo reside na
alteração psíquica do homem. Tudo depende do bom ou do mau funcionamento da
nossa psique. (idem, p. 142).
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à
Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International
Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)
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