domingo, 26 de julho de 2015

Tributo a Carl Gustav Jung, 140 anos de nascimento

            Há exatos 140 anos (1875), nascia em Kesswil, Suíça, Carl Gustav Jung.
Filho único, até aos 09 anos de idade, do Rev. Paul Achilles Jung, pastor luterano e Émile Preiswerk, dona de casa. C. G. Jung foi o primeiro filho vivo do casal, depois da perda de outros três que nasceram mortos, ou sobreviveram alguns dias depois do nascimento.
Jung foi um psiquiatra que preferia ser tratado com
o psicólogo. Juntamente com Sigmund Freud (1856-1939), foi um dos fundadores do movimento psicanalítico, no início do século XX, e um de seus grandes pensadores.
            Entre os anos 1906-1913, Jung encontrou-se pessoalmente com Sigmund Freud (1856-1939), somente sete vezes, mantendo uma troca semanal de correspondências, nas quais abordavam desde os assuntos íntimos e familiares até aos temas teóricos a que ambos se dedicavam, além de um intenso e divergente debate sobre os trabalhos científicos. Jung foi o primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional (IAP), cuja sede fica em Zurique, desde a sua fundação, em 1910, até 1914, quando renunciou.
            Isto é importante, pois se faz necessário estabelecer as bases teóricas do trabalho científico de Jung: Richard Von Krafft-Ebing, Eugene Bleuler, Pierre Janet, Theodore Flournoy, Franz Riklin e, o próprio Freud, para que não se perpetue a referência do pensamento freudiano sobre sua obra, como se este fosse de segunda categoria.
Os trabalhos de Freud, sobre histeria e a interpretação dos sonhos, corroboravam com os trabalhos que Jung desenvolvia no hospital Burghölzli, junto aos pacientes que sofriam esquizofrenia, pois segundo sua aguçada observação, não podiam ser tratados com a aplicação da teoria da libido sexual na tentativa de compreender os seus sofrimentos. E, este foi o principal motivo do rompimento entre os dois.
            Sua mente curiosa e culta produziu uma obra que abrange da filosofia, ciências, literatura, antropologia, paleontologia, história das religiões, linguística a psicologia, “da qual mais da metade ainda não foi traduzida e publicada”, conforme a analista francesa Viviane Thibaudier (Jung: Médico da alma. São Paulo: Paulus, 2014, p. 16).
            “Memórias, sonhos e reflexões”, pode ser considerada a primeira obra a ser lida por aqueles que se interessam pelo pensamento do criador da Psicologia Analítica. Trata-se do registro autobiográfico pelo qual conhecemos o lado humano, tão comum a todos nós, como: filho de pais afetuosos, mas ultrapassados para as suas demandas; insuficiências materiais diante dos desafios financeiros que a pobreza lhe impunha; entretanto, segundo seu ponto de vista, foram situações que o levaram a buscar o que há de mais fundamental a saber na vida - quem ele era para si mesmo e para o mundo. Nesse sentido, e o mesmo se aplica a nós, afirmou: “Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der” (Memórias, Sonhos e Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p. 314).
            Se pudéssemos eleger a preocupação principal entre todas que Jung lidou em seu trabalho, ficaríamos com esta: “O perigo reside na alteração psíquica do homem. Tudo depende do bom ou do mau funcionamento da nossa psique. (idem, p. 142).
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)

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