domingo, 19 de julho de 2015

Sejamos heróis!
            Pelo menos, teoricamente, sabemos que um herói nasce quando há obstáculos para serem superados, ou quando determinadas metas precisam ser alcançadas, especialmente situações que parecem “inatingíveis” para a maioria das pessoas. E, não é difícil perceber quais são as dificuldades que nos desafiam como pessoas, famílias, empresas e sociedade.
            Segundo Joseph Campbell (1904-1987): “O herói é o homem ou a mulher que conseguiu vencer suas limitações históricas pessoais e locais, e alcançou formas normalmente válidas, humanas” (O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 2007, p. 28).
            Para Renato Janine: “O heroísmo não está só nas personagens da mitologia grega ou nos super-heróis da TV. Ele pode estar presente quando cada um de nós enfrenta uma pequena prepotência, em nome de um valor mais alto – desde, claro, que arque com os resultados de sua ação e que além disso lembre que é falível e pode estar errado. Mas é desses pequenos heroísmos pessoais que depende a dignidade humana” (www.renatojanine.prof.br/Etica/heroi.html).
            Conforme o analista junguiano James Hollis, o herói enfrenta, diariamente, pelo menos dois incansáveis inimigos: a letargia e o medo. Todas as vezes que nos deixamos seduzir pelos confortos, isto é, quando não nos envolvemos pessoalmente com os conflitos, especialmente aqueles que exigem uma postura pessoal, a letargia como que nos come vivos; e, se temos de perder alguma posição já alcançada, se nos comparamos com os outros, ficamos sob o efeito paralisante do medo. “Depois de termos assumido essa incumbência singular e também absoluta de nos tornarmos protagonistas do nosso próprio drama existencial, então estamos vivendo numa dimensão heróica” (Rastreando os deuses. São Paulo: Paulinas, 1997, p. 110).
            Assim sendo, o herói é alguém mais consciente de quem é para si mesmo.
            O herói não se vale de artimanhas nem de esperteza para manter viva a sua disposição de vencer os obstáculos, mas enfrentando, muitas vezes, percebe que precisa sacrificar vontades pessoais, pois sabe que não pode fugir de si mesmo. Nisto está o caminho da sabedoria. Se agir com esperteza, sabe que estará se enganando e iludindo a si mesmo. O caminho da sabedoria é transitado sem as intenções nem os desejos egoístas.
            “Todos os heróis sucumbem por si, quando difundem em certa medida a atitude de herói e com isso fracassam” (Minuta da Associação de Psicologia Analítica Clube Psicológico de Zurique, ao Livro Vermelho, de Carl Gustav Jung. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 244).
            Neste momento que o País está atravessando, precisamos nos lembrar disso. Sejamos heróis!
(Sílvio Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)

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