Sejamos
heróis!
Pelo
menos, teoricamente, sabemos que um herói nasce quando há obstáculos para serem
superados, ou quando determinadas metas precisam ser alcançadas, especialmente
situações que parecem “inatingíveis” para a maioria das pessoas. E, não é
difícil perceber quais são as dificuldades que nos desafiam como pessoas,
famílias, empresas e sociedade.
Segundo
Joseph Campbell (1904-1987): “O herói é o homem ou a mulher que conseguiu
vencer suas limitações históricas pessoais e locais, e alcançou formas
normalmente válidas, humanas” (O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento,
2007, p. 28).
Para
Renato Janine: “O heroísmo não está só nas personagens da mitologia grega ou
nos super-heróis da TV. Ele pode estar presente quando cada um de nós enfrenta
uma pequena prepotência, em nome de um valor mais alto – desde, claro, que
arque com os resultados de sua ação e que além disso lembre que é falível e
pode estar errado. Mas é desses pequenos heroísmos pessoais que depende a
dignidade humana” (www.renatojanine.prof.br/Etica/heroi.html).
Conforme
o analista junguiano James Hollis, o herói enfrenta, diariamente, pelo menos
dois incansáveis inimigos: a letargia e o medo. Todas as vezes que nos deixamos
seduzir pelos confortos, isto é, quando não nos envolvemos pessoalmente com os
conflitos, especialmente aqueles que exigem uma postura pessoal, a letargia
como que nos come vivos; e, se temos de perder alguma posição já alcançada, se
nos comparamos com os outros, ficamos sob o efeito paralisante do medo. “Depois
de termos assumido essa incumbência singular e também absoluta de nos tornarmos
protagonistas do nosso próprio drama existencial, então estamos vivendo numa
dimensão heróica” (Rastreando os deuses. São Paulo: Paulinas, 1997, p. 110).
Assim
sendo, o herói é alguém mais consciente de quem é para si mesmo.
O
herói não se vale de artimanhas nem de esperteza para manter viva a sua
disposição de vencer os obstáculos, mas enfrentando, muitas vezes, percebe que
precisa sacrificar vontades pessoais, pois sabe que não pode fugir de si mesmo.
Nisto está o caminho da sabedoria. Se agir com esperteza, sabe que estará se
enganando e iludindo a si mesmo. O caminho da sabedoria é transitado sem as intenções
nem os desejos egoístas.
“Todos
os heróis sucumbem por si, quando difundem em certa medida a atitude de herói e
com isso fracassam” (Minuta da Associação de Psicologia Analítica Clube
Psicológico de Zurique, ao Livro Vermelho, de Carl Gustav Jung. Petrópolis:
Vozes, 2010, p. 244).
Neste
momento que o País está atravessando, precisamos nos lembrar disso. Sejamos
heróis!
(Sílvio
Lopes Peres – Psicólogo Clínico – CRP 06/109971 – Candidato a Analista pelo Instituto Junguiano de São Paulo
(IJUSP), pertencente à Associação Junguiana do Brasil (AJB), ambos filiados à
IAAP – International Association for Analytical Psychology (Zurique/Suíça) - Fones: 99805.1090 / 98137.8535 - http://psijung.blogspot.com/)
Nenhum comentário:
Postar um comentário