domingo, 8 de março de 2015

Cidade informada: cidade protegida e livre

                   A quem se destina a cidade?
Viver em cidade é um dos mais antigos projetos humanos cercado de problemas. Atualmente, se os temas do desenvolvimento e da sustentabilidade das atividades humanas se revelam incontornáveis fica demonstrada a fragilidade deste projeto, quase universal. Sem proteção e sem liberdade não é possível viver na cidade.
                   Se antigamente, a proteção de uma cidade estava na altura dos muros que a cercavam, hoje o acesso às melhores e mais confiáveis informações pode significar a diferença entre viver num ambiente de insegurança, medo e pânico social, e ter a sobrevivência garantida.
                   A cidade sem proteção é uma cidade violenta. A cidade sem liberdade é uma cidade injusta. A violência gera ódio, desrespeito, constrangimento de todos os tipos. A injustiça deturpa as relações uns com outros.
                   Uma cidade sem proteção e sem liberdade é vulnerável: à prática de políticos corruptos e demagogos e a cidadãos expurgados de seus direitos legais; à ação de marginais que buscam ampliar suas áreas de atuação e de moradores que temem desfrutar do espaço público e procuram se defender como podem; a motoristas e motociclistas que facilmente menosprezam as leis de trânsito, indisciplinados na condução dos seus veículos que se vêem cada vez mais estressados pelas condições das ruas, avenidas e do trânsito caótico que esta situação gera, e de pedestres desrespeitados que mal sabem ocupar seus espaços nas vias públicas; a habitantes mais aquinhoados porque se consideram privilegiados pelas oportunidades que souberam aproveitar, e outros moradores mais simples que se deixam ser explorados social e economicamente; a funcionários públicos descomprometidos com as funções que devem responder, e de cidadãos desassistidos em suas necessidades básicas; a prestadores de serviço aos doentes, jovens, idosos e crianças, a pessoas mais frágeis e entregues à própria sorte,  negligentes de suas ocupações; a empresários que abusam da confiança de seus funcionários negando-lhes melhores salários e de cidadãos que buscam aliviar suas preocupações em práticas de lazer que os mantém alienados dos seus direitos.
                   A cidade que tem proteção de uma rede confiável de informações é uma cidade estável. A cidade que tem liberdade é uma cidade desenvolvida e próspera, confiante e esperançosa. Desenvolvimento e prosperidade promovem sonhos e boas oportunidades.
                   Uma cidade com proteção e com liberdade se destina: a todos que aplicam suas ideias na formação de um “mapa emocional” da cidade como um organismo coletivo, vivo e dinâmico a partir das impressões, ainda que intuitivas, das emoções que ocupam a alma das crianças, dos jovens, dos adultos e dos idosos em torno da vida coletiva. Faz-se necessário promover debates em torno do assunto para suscitar as verdadeiras fontes da democracia – o governo do povo, para o povo.
            A quem se destina a nossa cidade? – é um questionamento que precisa ser prioritário especialmente quando se instala um poder de sonegação de informações das reais condições de saúde pública de todos nós.

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